Um novo estudo conduzido pela Universidade da Califórnia em São Francisco, EUA, aponta que pessoas saudáveis que fumam maconha regularmente ou consomem alimentos contendo THC apresentam sinais precoces de doenças cardiovasculares, semelhantes aos observados em fumantes de tabaco.
A pesquisa, considerada pioneira ao analisar o impacto do THC na função vascular humana, sugere que tanto o ato de fumar quanto o próprio THC contribuem para alterações que podem levar a problemas cardíacos no futuro.
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O estudo avaliou 55 participantes divididos em três grupos: fumantes regulares de maconha, consumidores frequentes de comestíveis com THC e não usuários.
Por meio de exames de ultrassom nas artérias, os pesquisadores observaram uma redução significativa na capacidade dos vasos sanguíneos de se dilatarem adequadamente, um indicador importante da saúde vascular.
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Os danos foram proporcionais à frequência e à potência do consumo, evidenciando um risco crescente para quem utiliza a substância com maior intensidade.
Além disso, análises laboratoriais mostraram que o sangue de fumantes de maconha reduz a produção de óxido nítrico pelas células endoteliais, substância essencial para a regulação do fluxo sanguíneo.
Já o sangue de consumidores de alimentos não apresentou esse efeito, indicando que o dano vascular pode estar relacionado tanto ao THC quanto à inalação da fumaça.
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Especialistas alertam que a combinação do efeito do THC com os danos causados pela fumaça pode representar um “duplo impacto” para o sistema cardiovascular.
Os resultados reforçam estudos anteriores que associam o uso diário de maconha a um aumento significativo no risco de ataques cardíacos e derrames, mesmo em pessoas sem histórico prévio de doenças cardíacas.
Embora o estudo tenha limitações, como o tamanho reduzido da amostra, ele destaca a necessidade de pesquisas mais amplas para compreender melhor os efeitos da maconha e seus derivados na saúde cardiovascular.
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Enquanto isso, especialistas aconselham moderação e atenção aos sinais do corpo, especialmente para usuários frequentes que podem estar sujeitos a riscos ainda pouco conhecidos.