Não é segredo que a convivência com pets é muito benéfica para os seres humanos. Isso não é diferente quando se fala dos idosos e diversos estudos mostram que os cães e gatos auxiliam no controle de doenças, reduzem a solidão e estimulam a socialização. Por isso, os profissionais ressaltam a importância de incentivar essa relação na terceira idade, sempre com orientações adequadas e escolhas responsáveis.
A médica-veterinária Sibele Konno, presidente da Comissão Técnica de Animais de Companhia do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), destaca que a presença de um pet vai muito além da companhia.
“Levar os animais para passear é uma atividade física leve que beneficia corpo e mente, pois também favorece a socialização. Além disso, cuidar de um pet resgata no idoso o senso de responsabilidade, pertencimento e aumenta a autoestima”, afirma.
Segundo a profissional, até mesmo pequenas tarefas da rotina, como preparar a alimentação, administrar medicamentos ou organizar consultas veterinárias, trazem ganhos significativos.
“Essas atividades estimulam a memória e a organização, transformando o dia a dia em um exercício constante de atenção e disciplina”, explica.
Pets ideais para idosos
Apesar dos inúmeros benefícios, muitas famílias ainda hesitam em permitir que idosos adotem pets, temendo que os cuidados se tornem um fardo.
Para Konno, a chave está em uma escolha consciente, que leve em conta a rotina, o espaço disponível e a condição física do responsável.
“O ideal é que idosos convivam com animais já treinados. Filhotes costumam exigir mais energia e nem sempre se ajustam ao ritmo da terceira idade”, afirma.
Ela reforça também a importância da guarda responsável, que envolve planejamento financeiro e compromisso contínuo com consultas veterinárias, vacinas, higiene e o bem-estar do animal.

Benefícios comprovados
Relatos dos responsáveis e profissionais encontram respaldo em pesquisas internacionais e nas atividades do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa).
Segundo a médica-veterinária Cristina Elillo, responsável técnica pela área clínica do Instituto, os efeitos mais observados nos atendimentos à idosos feitos pelos cães terapeutas incluem melhora do humor, redução de sintomas depressivos, maior engajamento social, diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca, além do resgate de memórias e estímulo cognitivo.
“Essas mudanças são perceptíveis tanto em hospitais quanto em instituições de longa permanência. O contato com os cães desperta lembranças, promove diálogos e devolve alegria a pessoas que, muitas vezes, viviam em situação de isolamento”, explica Cristina.
Para a profissional, a convivência com animais na terceira idade vai além da companhia: é uma ferramenta de saúde, inclusão social e qualidade de vida.
“Quando feita de forma responsável, essa convivência ajuda a envelhecer com mais vitalidade e alegria. Os cães oferecem amor incondicional e transformam a forma como o idoso vê a própria vida”, afirma.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre a convivência de idosos com pets
Todo pet é indicado para pessoas idosas?
Não, o mais indicado é que idosos convivam com animais já treinados, pois filhotes costumam exigir mais energia e nem sempre se ajustam ao ritmo da terceira idade.
Quais os principais benefícios da convivência com pets para os idosos?
Dentre as vantagens estão o estímulo a prática de atividades físicas, que são realizadas ao levar os cães passear, socialização e resgate no senso de responsabilidade.
Como escolher um pet para um idoso?
Na hora da escolha é importante levar em consideração a rotina, o espaço disponível e a condição física do responsável.
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