A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma enteropatia caracterizada por disfunções gastrointestinais crônicas e intermitentes, que pode acometer cães de diversas raças, como yorkshire, bulldog francês, pastor alemão, shar pei e rottweilers.
Seus principais sinais clínicos são diarreia, hematoquezia, melena, perda de peso, úlceras na mucosa intestinal, dor abdominal, flatulência e emêse.
Para resolver essa condição são utilizadas diferentes ferramentas, como mudanças na dieta e o uso de fármacos. Dentre eles, antibióticos e corticoides.
Contudo, muitos animais apresentam resistência a múltiplos medicamentos, não respondendo ao tratamento de forma adequada. Nessas situações a terapia com células-tronco surge como uma alternativa promissora para solucionar a DII.
Ação das células-tronco
A terapia com células-tronco tem sido intensamente estudada e aplicada ao tratamento de diversas doenças, promovendo resultados satisfatórios.
Essas células realizam a substituição de forma direta de tecidos lesionados, como ossos, cartilagens, tendões e ligamentos, e possuem atividade parácrina devido a liberação de citocinas e fatores de crescimento, induzindo a reparação tecidual de forma indireta.
Dessa forma, a aplicação de células-tronco mesenquimais no tratamento de doenças intestinais tem mostrado eficácia e segurança em diversos estudos tanto em humanos quanto em animais.
As células-tronco mesenquimais conseguem interagir com citocinas inflamatórias e com o sistema imunológico inato e adaptativo, exercendo ação imunomoduladora sobre macrófagos, células T, células NK, células dendríticas e células B. Assim, promovem a atenuação da inflamação e contribuem para a modulação do microbioma intestinal.
Estudos comprovam a eficácia
Para avaliar a resposta das células-tronco no tratamento da Doença Inflamatória Intestinal foi realizado estudo com trinta e dois cães diagnosticados com manifestações gastrointestinais crônicas, de duração mínima de três semanas e sem resposta satisfatória a terapia convencional.
A pesquisa cientifícia foi dividida em dois grupos. O primeiro incluía animais que não receberam nenhum tipo de medicação antes da aplicação da terapia com células-tronco mesenquimais. Já no segundo grupo, os animais foram tratados com prednisolona durante os dias que antecederam a aplicação das células-tronco e no momento da aplicação da terapia.
O protocolo terapêutico da análise consistiu em uma única aplicação intravenosa de células-tronco mesenquimais, com duração média de infusão de 30 minutos. Todos os cães foram monitorados antes e após o procedimento por uma hora.
Dos participantes, treze apresentaram, antes da terapia, hipoalbuminemia, sendo cinco no primeiro grupo e oito no segundo grupo. Após a aplicação da terapia com células-tronco mesenquimais, a concentração de albumina apresentou uma melhora gradual em ambos os grupos.
No entanto, os cães que eram dependentes de esteroides demoraram mais tempo para atingir esses valores normais, não alcançando valores máximos observado.
Ao final do estudo, a remissão clínica foi alcançada em 57% dos animais do primeiro grupo e 30% no segundo grupo. Seis meses após a administração da terapia, a remissão foi observada em 84% em ambos os grupos e, após um ano, 100% dos cães alcançaram remissão em ambos os grupos.
FAQ sobre o tratamento da Doença Inflamatória Intestinal
Como a Doença Inflamatória Intestinal se manifesta?
A DII pode causar diversos sinais clínicos, como diarreia, hematoquezia, melena, perda de peso, úlceras na mucosa intestinal, dor abdominal, flatulência e emêse.
Qual é o tratamento padrão da DII?
A terapia tradicional da Doença Inflamatória Intestinal envolve mudanças na dieta e o uso de fármacos, como antibióticos e corticoides.
Qual a ação das células-tronco na Doença Inflamatória Intestinal?
As células-tronco mesenquimais são capazes de interagir com citocinas inflamatórias e com o sistema imunológico inato e adaptativo. Graças a isso, exercem ação imunomoduladora, promovem a atenuação da inflamação e contribuem para a modulação do microbioma intestinal.
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