Você sabia que a alergia alimentar é uma das principais causas de coceira e desconforto em gatos? Embora ela passe muitas vezes despercebida ou seja confundida com outras doenças de pele.
– PUBLICIDADE –
De acordo com a médica-veterinária Vanessa Covre, especializada em felinos e responsável pela clínica DuGato, em Sorocaba (SP), o quadro exige atenção, paciência e acompanhamento profissional para garantir qualidade de vida ao animal.
“As alergias mais comuns em gatos são a alimentar, a dermatite alérgica à picada de pulgas e a dermatite atópica, causada por fatores ambientais”, explica a profissional. “Como os sinais clínicos podem ser muito parecidos, identificar a origem do problema nem sempre é simples.”
Os sintomas de alergia alimentar em gatos se manifestam, principalmente, na pele. Coceira persistente, lesões, queda de pelos e otite recorrente estão entre os sinais mais frequentes.
“Em alguns casos, o gato também pode apresentar vômitos e diarreia, mas, geralmente, o quadro cutâneo é o mais evidente”, observa Vanessa.
Vanessa destaca que a condição pode ocorrer em qualquer idade e, embora seja menos comum em gatos do que em cães, não deve ser subestimada.
Com muitos casos, inclusive, sendo subdiagnosticados porque os sintomas são semelhantes aos de outras doenças dermatológicas.
Os vilões da tigela
E os vilões estão onde menos esperamos: as proteínas de origem animal estão entre as principais responsáveis pelas reações alérgicas.
“Frango, peixe e carne bovina são os ingredientes que mais causam alergia alimentar em felinos”, aponta a profissional. “Além disso, leite e derivados também podem estar envolvidos.”
A reação ocorre quando o sistema imunológico do gato identifica determinado componente da dieta como uma ameaça, desencadeando inflamações que variam de leves a graves.
Por isso, o diagnóstico preciso é essencial antes de qualquer mudança na alimentação.
O método mais confiável para confirmar a alergia é o chamado teste de eliminação. Nesse processo, o animal recebe uma dieta especial — hipoalergênica ou à base de proteína hidrolisada — durante um período de oito a 12 semanas.
“Se houver melhora, o alimento suspeito pode ser reintroduzido para confirmar o diagnóstico”, explica Vanessa.
Esse acompanhamento deve ser feito sempre com orientação veterinária, já que a reintrodução inadequada de ingredientes pode mascarar os resultados e atrasar o tratamento.
Tratamento e adaptação à nova dieta
No final, de acordo com Vanessa, a base do tratamento é a alimentação controlada. Por isso, trocar a ração por uma opção hipoalergênica ou de proteína hidrolisada pode resolver o problema.
“Em alguns casos, medicamentos são usados temporariamente para aliviar a coceira e a inflamação, até que a dieta comece a surtir efeito.”
Segundo a veterinária, o mercado já oferece uma boa variedade de alimentos específicos para felinos com alergias, o que facilita a adaptação. No entanto, a seletividade natural dos gatos pode dificultar a aceitação da nova ração.
“É comum o tutor enfrentar resistência, mas existem estratégias de transição gradual que ajudam nesse processo.”
Infelizmente, a alergia alimentar não pode ser prevenida, pois depende da predisposição individual de cada animal.
O mais importante, segundo Vanessa, é oferecer sempre uma alimentação de qualidade e buscar orientação profissional ao primeiro sinal de alteração na pele ou no comportamento do gato.
“Com diagnóstico precoce e adesão ao tratamento, é possível controlar os sintomas e garantir bem-estar ao felino. A parceria entre o tutor e o veterinário é fundamental para o sucesso do manejo da alergia”, conclui.
FAQ sobre alergia alimentar em gatos
Como saber se meu gato tem alergia alimentar?
Os sinais mais comuns são coceira persistente, lesões na pele, queda de pelos e inflamações recorrentes nas orelhas. Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e diarreia.
Quais alimentos mais causam alergia em gatos?
As proteínas de origem animal, como frango, peixe e carne bovina, são as principais causadoras de reações alérgicas. Mas leite e derivados também podem provocar o problema.
A alergia alimentar tem cura?
Não existe cura definitiva, mas o controle é possível com o tratamento adequado. A troca da ração por uma opção hipoalergênica ou de proteína hidrolisada costuma resolver os sintomas.
LEIA TAMBÉM:
