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preço da empanada vira disputa entre ator famoso e ministro de Milei

Uma polêmica inusitada se abriu na Argentina sobre o nível de preços, quando o ator Ricardo Darín usou o alto preço das empanadas para questionar a situação econômica na TV, sendo posteriormente contrariado pelo próprio ministro da Economia, Luis Caputo. O consagrado ator argentino criticou o novo programa de anistia fiscal lançado pelo governo para […]

Uma polêmica inusitada se abriu na Argentina sobre o nível de preços, quando o ator Ricardo Darín usou o alto preço das empanadas para questionar a situação econômica na TV, sendo posteriormente contrariado pelo próprio ministro da Economia, Luis Caputo.

O consagrado ator argentino criticou o novo programa de anistia fiscal lançado pelo governo para estimular o consumo por meio da legalização dos dólares guardados pelas famílias “debaixo do colchão”, como se chama popularmente o dinheiro não declarado.

Convidado no sábado à noite para o programa de televisão apresentado por Mirtha Legrand, Darín respondeu com um lacônico “acho fantástico” quando foi perguntado sobre a situação da Argentina, país com uma taxa de pobreza de 38%, consumo em queda há 15 meses consecutivos e a maioria dos aposentados recebendo um terço do valor da cesta básica.

— Na verdade, não entendo nada. Me chama atenção essa ideia de tirar os dólares do colchão, de quem estão falando? Uma dúzia de empanadas custa 48 mil pesos (cerca de US$ 42 ou R$ R$ 238,20), então não entendo do que estão falando. Há muita gente passando por dificuldades — enfatizou Darín.

A apresentadora concordou:

— Os preços estão terríveis, terríveis, o dinheiro não dá.

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O comentário repercutiu nas redes sociais, e o ministro da Economia do governo de Javier Milei, Luís Caputo, usou seu perfil no X para responder:

— As empanadas não custam isso, Ricardito (…) Fica tranquilo, Ricardo, as pessoas comem empanadas gostosas por 16 mil pesos (R$ 14 ou R$ 79) — escreveu o ministro.

Desde que assumiu a presidência da Argentina, em dezembro de 2023, o ultraliberal Javier Milei, aplica uma política de ajuste simbolizada por uma motosserra, com a qual eliminou dezenas de milhares de cargos no Estado e conseguiu equilibrar as contas públicas pela primeira vez em décadas.

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Também liberou os preços de medicamentos, tarifas de serviços públicos e alimentos — que eram controlados pelo governo do antecessor, o peronista Alberto Fernández, na tentativa de frear o impacto da inflação galopante— ao mesmo tempo em que cortou aposentadorias, eliminou pensões e limitou os aumentos salariais no setor público e privado, corroendo o poder de compra da população.

Com essas medidas, o governo conseguiu reduzir pela metade o índice de inflação, que passou de 211% em 2023 (quando Milei desvalorizou o peso em 50%) para 118% em 2024, registrando 47% interanual em abril passado. Houve também uma política cambial de valorização do peso frente ao dólar, o que fez os preços de produtos na Argentina disparar em relação a outras moedas, como o real.

O país acaba de receber um novo empréstimo de US$ 20 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril, um voto de confiança do organismo que, em 2018, havia concedido à Argentina o maior empréstimo de sua história, de cerca de US$ 45 bilhões.

Infomoney – Conteúdo Original

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