O labrador Teddy embarcou nesta sexta-feira, 30, para Lisboa após ter a ida negada pela companhia aérea TAP no último final de semana. O cachorro é um cão de serviço que auxilia uma criança portadora de transtorno do espectro autista (TEA), que atualmente vive em Portugal. Teddy está sendo levado pela irmã da menina, acompanhado do treinador do animal. Eles partiram do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 15h40, e devem chegar em território português durante a madrugada de sábado, 31.
No último sábado, 24, um voo da TAP que levaria Teddy foi cancelado após a companhia aérea portuguesa descumprir uma liminar da Justiça que determinava o transporte do cão de serviço na cabine. A empresa afirmou, na ocasião, que a decisão judicial violava o manual de operações da TAP e que “colocaria em risco a segurança a bordo” caso o animal fosse transportado junto com os passageiros e fora da caixa.
Conforme a companhia, o animal não apresentava o certificado necessário para animais de serviço, que permite a viagem na cabine. A TAP sugeriu então que o cão fosse transportado no bagageiro, o que foi negado pela irmã da tutora, responsável por levar Teddy até Portugal.

A solução encontrada, que permitiu o embarque do labrador nesta sexta, segundo a TAP, foi a presença do treinador de Teddy, que poderá ter maior controle sobre o animal. Em nota, a TAP informou que, desde o início, apresentou soluções alternativas para o transporte do cão em compartimento climatizado e pressurizado, como ocorre com outros animais. “Infelizmente, a solução não mereceu o acolhimento da família”, disse a empresa.
A companhia afirmou que sempre se manteve preocupada com o bem-estar da família e a segurança dos passageiros, mas buscou encontrar uma solução viável para que Teddy voasse a bordo da aeronave. “Estamos seguros de que a solução agora encontrada (presença do treinador de Teddy) será aceita pela família em apreço”, disse a companhia no comunicado.
A ida do cachorro a Portugal já havia sido negada no mês passado. Em 8 de abril, o labrador foi impedido de seguir viagem pela companhia junto com a tutora e sua família, quando se mudaram para Portugal, por falta de comprovação de que Teddy era um cão de serviço.
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A família acionou a Justiça alegando que o incidente causou “grande sofrimento” à criança e à família, e que a separação acarretou “prejuízos emocionais significativos” pelo fato de a tutora necessitar do auxílio constante do cão de assistência.
Em 23 de abril, a 5.ª Vara Cível de Niterói concedeu tutela de urgência para que o labrador fosse transportado pela companhia aérea na cabine, determinando ainda a emissão da passagem sem custo para a irmã da tutora do animal.
Após a nova negativa no último sábado, a irmã e o treinador de Teddy, desta vez, conseguiram embarcar com o labrador.