Um grande desejo dos tutores de pet – e até de médicos-veterinários – é conseguir identificar o que os animais querem dizer através dos seus latidos e miados. Para isso, a inteligência artificial (IA) pode se tornar uma aliada.
Essa é a proposta do Centro Jeremy Coller para Senciência Animal, sediado na London School of Economics and Political Science (LSE), que iniciará suas atividades em setembro e tem como foco o uso da IA na comunicação com animais. A ideia da instituição é investigar como a inteligência artificial pode ajudar na compreensão dos pets.
Para isso o centro conta com um orçamento anual de £4 milhões, que foram doados pela Jeremy Coller Foundation, e dispõe de uma ampla gama de especialistas interdisciplinares, atuantes em áreas como Neurociência, Filosofia, Medicina Veterinária, Direito, Biologia Evolutiva, Psicologia Comparada, Ciência Comportamental, Ciência da Computação, Economia e Inteligência Artificial.
Qual a proposta da empresa?
O Centro Jeremy Coller para Senciência Animal pretende apresentar novas abordagens para estudar cientificamente os sentimentos de animais, como dor, alegria e ansiedade.
Além disso, como atualmente não existe uma regulamentação específica, a instituição vai propor diretrizes éticas para o uso de inteligência artificial com animais. Uma das preocupações é que a tecnologia reforce a projeção de sentimentos humanos nos pets, ignorando as reais necessidades dos bichos.
O Diretor do Centro Jeremy Coller para Senciência Animal, Jonathan Birch, comentou que o espaço está dedicado a “projetos éticos ambiciosos”, que visam transformar, a longo prazo, a relação entre humanos e outros animais. Em suas palavras, trata-se de um esforço interdisciplinar com impacto concreto no mundo.
Dessa forma, as três prioridades iniciais são:
- Garantir que a IA beneficie os animais, em vez de facilitar abusos: Animais são frequentemente ignorados em discussões sobre ética e governança da inteligência artificial. O centro pretende incentivar aplicações benéficas da tecnologia, como a decodificação da comunicação entre espécies.
- Promover respeito a todos os seres sencientes, inclusive os menores: Apesar de avanços legais — como a inclusão de polvos, caranguejos e lagostas como seres sencientes na legislação britânica —, práticas cruéis persistem. O centro vai atuar para preencher lacunas de evidência sobre o bem-estar de todos os bichos, o que envolve invertebrados e insetos.
- Empoderar as pessoas a agirem conforme seu afeto pelos animais: De acordo com Birch, há uma dissonância entre os valores da sociedade e a forma como animais são tratados, sobretudo em criações intensivas. O centro investigará, por meio de experimentos em psicologia, como tornar mais eficazes as campanhas de rotulagem e comunicação que incentivam escolhas alimentares e de consumo mais éticas.
Fonte: Isto é Pet, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre IA para interpretar linguagem dos animais de estimação
O que é o Centro Jeremy Coller para Senciência Animal?
Esse é um centro de pesquisa, que tem como finalidade realizar pesquisas para conseguir utilizar a inteligência artificial na comunicação com os animais.
Como será possível usar a IA para interpretar linguagem dos animais de estimação?
A partir de estudos com especialistas de diferentes áreas, a instituição quer buscar formas de interpretar os animais de estimação a partir do uso de IA. No entanto, por enquanto, não há nada de concreto.
Quais são as diretrizes éticas do uso de IA com animais de estimação?
Ainda não existe nenhuma regulamentação ética relacionada a utilização de IA com animais. Por isso, o centro de pesquisa também pretende criar diretrizes para orientar quanto a esse fator.
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