Adotar ou comprar um pet é uma decisão que vai muito além da escolha por um novo companheiro. Cada raça possui características próprias de comportamento, energia, tamanho e necessidades de cuidados, que podem influenciar diretamente na rotina da pessoa ou da família.
Na hora de escolher que raça adotar, a médica-veterinária Clínica Geral, do Hospital Veterinário Taquaral, Larissa Canavezi Pereira, informa que os tutores devem considerar a idade e o porte do animal, o espaço físico disponível, a presença de crianças ou idosos na casa, o tempo que terão para dedicar a passeios e estímulos diários, a necessidade de cuidados com o pelo, especialmente em raças de pelagem longa, além da compatibilidade do pet com o estilo de vida da família.
Segundo a profissional, embora algumas raças tenham características mais calmas ou sociáveis, o fator determinante é o temperamento individual de cada animal e a forma como ele é educado e socializado.
“Famílias ativas tendem a se beneficiar de raças mais enérgicas, que precisam de exercícios físicos e mentais frequentes. Já lares mais tranquilos podem se adaptar melhor a raças de menor demanda energética. O importante é buscar equilíbrio entre a rotina da família e as necessidades do animal”, destaca.
Em relação a adotar um pet para viver em espaços pequenos, a profissional declara que não é impossível ter cães de porte grande em apartamentos, mas é necessário redobrar a dedicação com passeios e atividades diárias.
“O tutor deve avaliar não apenas o espaço físico, mas, também, sua disponibilidade de tempo para oferecer exercício físico e estímulo mental adequados”, sugere.
Raças e suas necessidades
De acordo com a médica-veterinária, algumas raças apresentam perfil mais independente, como Basenji, Shiba Inu e Chow Chow.
“No entanto, mesmo esses cães precisam de interação, enriquecimento ambiental e tempo de qualidade com seus tutores”, alerta.
A profissional ainda comenta sobre as raças braquicefálicas ou com predisposição a doenças, que exigem cuidados extras.
“É essencial que o tutor tenha consciência de que algumas raças, como bulldog, pug e shih tzu, possuem predisposição a problemas respiratórios, dermatológicos e ortopédicos. A decisão deve ser feita de forma informada, com acompanhamento de um médico-veterinário, para entender os riscos, custos e cuidados necessários”, indica.

A primeira impressão é a estética
Ainda nos dias de hoje, a aparência do pet ainda pesa muito na decisão dos tutores. Sobre isso, Larissa frisa que é importante mostrar aos tutores que o visual não deve ser o único critério.
“Temperamento, nível de energia, necessidades de saúde, longevidade e compatibilidade com a rotina da família são fatores determinantes para garantir uma convivência saudável e duradoura”, reitera.
Acontece com frequência, principalmente se a motivação para adoção for a estética, de os tutores se frustrarem ao perceber que a raça escolhida não combina com o estilo de vida da casa e, segundo a veterinária, infelizmente, isso pode resultar em abandono.
“Para evitar frustrações, é fundamental pesquisar, buscar orientação com veterinários e criadores responsáveis, além de refletir sobre o próprio estilo de vida antes da escolha”, orienta.
Larissa salienta que animais sem raça definida também podem ter personalidades marcantes e estáveis.
“A melhor forma de conhecê-los é por meio da convivência, observando comportamento em diferentes situações. Em casos de adoção, as ONGs e protetores costumam fornecer informações sobre temperamento, porte estimado e nível de energia”, adiciona.
FAQ sobre a escolha de raças
O que devo considerar antes de adotar ou comprar um pet?
É essencial avaliar o porte e a idade do animal, espaço disponível em casa, presença de crianças ou idosos, tempo para passeios e cuidados e a compatibilidade do pet com o estilo de vida da família. A estética não deve ser o único critério.
Pets de grande porte podem viver bem em apartamentos?
Sim, desde que o tutor esteja disposto a oferecer estímulo físico e mental diários. O espaço importa, mas a dedicação com a rotina do animal é ainda mais determinante para seu bem-estar.
Raças específicas exigem cuidados especiais?
Sim. Raças braquicefálicas como pug e shih tzu, por exemplo, têm predisposição a problemas respiratórios e dermatológicos. Por isso, é importante pesquisar e contar com orientação veterinária antes da escolha.
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