Os gatos possuem muitas particularidades, dentre elas estão episódios de vômito com a presença de bolas de pelo. Porém, quando isso acontece é comum que os tutores fiquem preocupados com seus animais.
Para entender se essa situação é comum ou sinal de alguma doença conversamos com a médica-veterinária especializada em felinos, Vanessa Covre.
“O vômito em gatos pode ter muitas causas, que vão desde a ingestão de bolas de pelo, mudanças alimentares e indiscrição alimentar (comer algo que não deve), até problemas mais sérios, como gastrite, presença de parasitas, doenças inflamatórias intestinais, insuficiência renal, neoplasias ou doenças endócrinas. Por isso, nem sempre o vômito é algo simples”, explica.
Dessa forma, a profissional comenta que o vômito não deve ser considerado normal em gatos, mas pode acontecer de forma ocasional e sem indicar doença. Um exemplo disso é quando eliminam bolas de pelo.
“Porém, se o vômito for frequente ou acompanhado de outros sinais, merece sempre investigação veterinária”, orienta.
Entendendo as bolas de pelo
Vanessa esclarece que as bolas de pelo são aglomerados de pelos ingeridos durante a lambedura.
“Como os gatos são muito higiênicos e se lambem bastante, acabam engolindo parte dos pelos soltos. Esses pelos podem se acumular no estômago e, quando não passam pelo trato digestivo junto com as fezes, são eliminados em forma de bola de pelo através do vômito”, pontua.
Por mais que todos os felinos possam desenvolvê-las, alguns são mais predispostos.
De acordo com a médica-veterinária, gatos de pelo longo, como persas e maine coons, têm mais predisposição, assim como gatos que se lambem excessivamente, seja por questões comportamentais, estresse ou até problemas de pele.

Como identificar?
Não é incomum que os tutores se vejam em dúvida quanto a composição do vômito dos seus gatos.
A profissional explica que, geralmente, quando há bola de pelos o animal tenta regurgitar com movimentos de ânsia e depois elimina um cilindro de pelos compactados, que pode lembrar um charutinho marrom.
“No vômito de bola de pelo o material eliminado é predominantemente composto por pelos aglomerados. Já em outros tipos de vômito, o tutor pode notar presença de alimento, líquido espumoso, bile ou sangue”, cita.
Além disso, Covre afirma que ocasionalmente é normal esse tipo de vômito acontecer. Alguns felinos eliminam bolas de pelo uma vez por mês ou cada dois messes, o que pode ser considerado dentro do esperado. Porém, episódios frequentes não são normais.
Tratamento e prevenção
O tratamento dos vômitos com bola de pelo depende da frequência e da causa.
“Esse tratamento pode incluir o uso de pastas lubrificantes, que ajudam na eliminação dos pelos, ajustes na alimentação com rações específicas, que favorecem a passagem dos pelos pelo intestino, além de medidas para reduzir a lambedura excessiva, caso ela exista”, exemplifica.
No entanto, a médica-veterinária alerta que em situações graves, quando há obstrução, pode ser necessária até intervenção cirúrgica.
Segundo ela, existem também algumas formas de prevenir esse problema. Uma delas é a escovação regular, principalmente, em gatos de pelo longo ou mais denso, como os exóticos.
“Outro cuidado é o de oferecer alimentação de boa qualidade e adequada para controle de bolas de pelo e usar pastas lubrificantes quando indicado pelo veterinário”, conclui.
FAQ sobre as bolas de pelo em gatos
Por que alguns gatos vomitam bolas de pelo?
Isso acontece porque os pelos que são ingeridos durante a higienização se acumulam no estômago do animal e, quando não passam pelo trato digestivo junto com as fezes, são eliminados em forma de bola de pelo através do vômito.
Como identificar um vômito com bola de pelo?
Em vômitos com bola de pelo é possível observar um cilindro de pelos compactados, que pode lembrar um charutinho marrom.
Como prevenir esse problema?
Existem algumas maneiras de evitar os vômitos com bola de pelo. Dentre elas, estão a escovação regular e o fornecimento de alimentação de boa qualidade específica para essa finalidade.
LEIA TAMBÉM:
É verdade que os gatos sentem a energia das pessoas?
Pesquisa aborda biomarcadores no diagnóstico de carcinoma pancreático em gatos
PIF ainda representa um desafio na prática clínica de felinos