O dólar à vista tinha leve alta nesta sexta-feira, conforme os investidores demonstravam aversão ao risco diante de incertezas em torno da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% ao Brasil, enquanto uma agenda vazia apoiava os movimentos contidos nas negociações.
As tensões comerciais entre Brasil e EUA continuam como principal ponto de atenção no mercado nacional, uma vez que os investidores monitoram a possibilidade de negociações antes da entrada em vigor da taxa tarifária anunciada por Trump em 1º de agosto.
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Qual a cotação do dólar hoje?
Às 15h27 (horário de Brasília), a moeda norte-americana à vista subia 0,53%, aos R$ 5,576 na venda. Na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,08%, aos R$ 5,572.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,24%, a R$5,5477.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,576
- Venda: R$ 5,576
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,584
- Venda: R$ 5,764
Na última atualização do governo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na véspera, em pronunciamento à nação, que a carta de Trump anunciando a tarifa é uma “chantagem inaceitável” e defendeu a soberania do Brasil na atuação ante empresas digitais, criticada pelo norte-americano.
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“O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável”, disse Lula
Do lado dos EUA, Trump voltou a vincular na quinta-feira a adoção de tarifa sobre os produtos do Brasil ao julgamento por tentativa de golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme carta enviada pelo norte-americano ao ex-mandatário brasileiro.
Na carta, cuja tradução em português foi publicada por Bolsonaro na rede social X, Trump fala de suposto “tratamento terrível” recebido pelo ex-presidente “pelas mãos de um sistema injusto voltado contra você”.
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Nesta sexta, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e terá de usar tornozeleira eletrônica, além de cumprir outras medidas restritivas, em uma escalada dos problemas enfrentados por Bolsonaro com a Justiça.
Diante das incertezas sobre as tensões entre Brasil e EUA, os investidores optavam pela cautela, o que significava um posicionamento contido contra a divisa brasileira.
“Trump ontem voltou a vincular a aplicação de impostos pesados sobre produtos brasileiros aos processos judiciais que enfrenta Bolsonaro e por isso traz um pouco mais de receios e dúvidas entre investidores sobre possíveis soluções”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
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“Ao vincular as tarifas a temas políticos e judiciários do Brasil, fica um pouco mais difícil tentar entender o que o Brasil pode oferecer ou negociar com os EUA para tentar resolver essas discrepâncias”, completou.
(Com Reuters e Estadão Conteudo)