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Diferenças entre superdotação, TDAH e autismo, segundo psicólogo

Conteúdo XP Jean Alessandro, psicólogo clínico especializado em altas habilidades, participou do episódio 14 da 3ª temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast, para explicar por que superdotação, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e autismo muitas vezes se sobrepõem — e como isso pode gerar confusões diagnósticas até entre profissionais experientes. […]





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Jean Alessandro, psicólogo clínico especializado em altas habilidades, participou do episódio 14 da 3ª temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast, para explicar por que superdotação, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e autismo muitas vezes se sobrepõem — e como isso pode gerar confusões diagnósticas até entre profissionais experientes.

Embora compartilhem sintomas como sensibilidade sensorial, dificuldades de adaptação escolar e intensas respostas emocionais, Jean explica que cada condição tem mecanismos distintos.

No TDAH, segundo ele, há uma busca constante por estímulos novos e uma dificuldade de manter o foco em tarefas prolongadas. “A pessoa com TDAH entra em hiperfoco e daqui a pouco aquilo desinteressa” explica.

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No autismo, o padrão é o oposto, o hiperfoco é prolongado e profundo. “No autismo existem hiperfocos prolongados. Por anos a pessoa quer saber sobre aquele assunto, por décadas ela estuda aquele assunto” explica.

Além disso, autistas costumam preferir rotinas previsíveis e apresentam maior dificuldade em reorganizar mentalmente mudanças inesperadas. Jean exemplifica em relação a organização no autismo. “Eles gostam das coisas mais planificadas, mais organizadas. Gostam de saber o que vai acontecer. Se acalmam quando está tudo em ordem”, comenta.

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Coexistência

Já o TDAH tende a provocar desorganização externa, mas não necessariamente interna. “A maioria das pessoas com TDAH vai se obrigar a usar agenda”, observa.

Jean destaca que, quando superdotação, TDAH e autismo coexistem, o funcionamento do indivíduo pode se tornar caótico — mesmo que a inteligência esteja acima da média. “Se o TDAH puxa para um esquema de novidade o tempo todo e o autismo puxa para um negócio de ordem, como que fica a vida do indivíduo? Fica complicado” alerta.

Ele alerta para o risco de diagnósticos errados ou incompletos quando o profissional não adapta os instrumentos de avaliação à realidade da pessoa. “Eu recebo laudo de 40 páginas com teste disso, teste daquilo. Aí quando eu olho e converso com a pessoa, uma hora, eu falo: ‘Nossa, esse aspecto aqui foi totalmente ignorado na escolha dos instrumentos’”, lamenta.

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Por isso, Jean reforça a importância do autoconhecimento e da auto-observação no processo de diagnóstico. Ele recomenda o uso de diários ou aplicativos de voz para registrar percepções diárias e entender melhor os próprios padrões mentais: “Hoje eu percebi isso e isso sobre mim. Muita gente não consegue perceber quando está com crise de ansiedade”, relata.

Entre os traços recorrentes em superdotados, ele destaca perfeccionismo, autocrítica e sensibilidade moral.

Infomoney – Conteúdo Original

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