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Diagnóstico precoce e terapias individualizadas redefinem o manejo do câncer em gatos – Portal Cães e Gatos

A oncologia felina tem se beneficiado de avanços expressivos nas últimas décadas, tanto no entendimento epidemiológico das neoplasias quanto nas abordagens terapêuticas. Para os especialistas, o sucesso do tratamento depende da identificação precoce da doença, da seleção adequada da terapia e do acompanhamento individualizado do paciente. Segundo dados nacionais e internacionais, os tumores mais frequentes […]

A oncologia felina tem se beneficiado de avanços expressivos nas últimas décadas, tanto no entendimento epidemiológico das neoplasias quanto nas abordagens terapêuticas.

Para os especialistas, o sucesso do tratamento depende da identificação precoce da doença, da seleção adequada da terapia e do acompanhamento individualizado do paciente.

Segundo dados nacionais e internacionais, os tumores mais frequentes em gatos incluem o linfoma, o carcinoma de células escamosas e as neoplasias mamárias, com incidência influenciada por fatores virais, hormonais e ambientais.

A presença de retrovírus, como o FeLV e, em menor grau, a FIV, contribui para a oncogênese em determinados subtipos de linfoma, enquanto a exposição prolongada à radiação ultravioleta e alterações hormonais desempenham papel crítico na formação de carcinomas cutâneos e mamários, respectivamente.

No panorama clínico, a cirurgia continua sendo a principal ferramenta no manejo de tumores sólidos, especialmente quando associada a margens cirúrgicas adequadas e, em alguns casos, procedimentos minimamente invasivos ainda em fase de consolidação.

A quimioterapia, por sua vez, se destaca no tratamento do linfoma, com protocolos adaptados que utilizam doses significativamente menores do que as prescritas para humanos, resultando em efeitos colaterais mais brandos e toleráveis para gatos.

“Quando falamos de linfoma, a quimioterapia é o tratamento mais utilizado, e sua aplicação segura proporciona controle da doença com preservação da qualidade de vida”, explica Juliana Cirillo, oncologista diplomada pela Associação Brasileira de Oncologia Veterinária.

A radioterapia, antes pouco acessível no país, passou a integrar a rotina clínica nos últimos dez anos, sendo particularmente eficaz em linfomas localizados, como o de cavidade nasal, e em sarcomas de sítio de aplicação – tumores malignos que se originam no local onde foram aplicadas injeções, como vacinas ou medicamentos-, quando as margens cirúrgicas ficam comprometidas.

Terapias-alvo, que bloqueiam receptores específicos das células tumorais, e a eletroquimioterapia também têm se mostrado promissoras, principalmente em carcinomas de células escamosas cutâneas, frequentemente observados em gatos de pelagem clara expostos ao sol.

“É fundamental que o profissional conheça a indicação de cada terapia, avaliando o estágio da doença e o quadro clínico do paciente, para maximizar os resultados”, acrescenta Juliana.

Do ponto de vista epidemiológico, estudos retrospectivos realizados em diferentes continentes corroboram o padrão observado no Brasil: o adenocarcinoma mamário, o linfoma e o carcinoma de células escamosas lideram a frequência de diagnósticos, com variações regionais e populacionais. A prevenção e o manejo precoce são fundamentais.

Em neoplasias mamárias, a ovariectomia precoce se mostra altamente protetiva, reduzindo o risco em até 86%. Já o carcinoma de células escamosas exige atenção à exposição solar, enquanto a vigilância de felinos portadores de retrovírus auxilia na detecção precoce de linfomas.

Para Diego Mendes, professor e médico-veterinário especializado em oncologia felina, compreender a multifatorialidade da carcinogênese é essencial para o planejamento terapêutico.

“Fatores virais, hormonais, ambientais e genéticos interagem de maneiras complexas. Reconhecer essas relações permite ao clínico antecipar riscos, orientar tutores e definir estratégias individualizadas de intervenção”, finaliza.

Confira o artigo completo “Quando o câncer chega ao gato”, na íntegra e sem custo, acessando a página 20 da edição de novembro (nº 315) da Revista Cães e Gatos.

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