PUBLICIDADE

Desafios da disbiose intestinal em felinos são tema de palestra no Cat In Rio 2025

No último dia do Cat In Rio 2025, congresso de Medicina Felina realizado de 6 a 8 de agosto no Rio de Janeiro, os participantes puderam se aprofundar quanto a patogênese e os desafios da disbiose intestinal em felinos com a palestrante Mariane B. Silva, que é membro da Feline Veterinary Medical Association. Para começar […]

No último dia do Cat In Rio 2025, congresso de Medicina Felina realizado de 6 a 8 de agosto no Rio de Janeiro, os participantes puderam se aprofundar quanto a patogênese e os desafios da disbiose intestinal em felinos com a palestrante Mariane B. Silva, que é membro da Feline Veterinary Medical Association.

Para começar a discussão, a profissional explicou a diferença entre microbiota e microbioma. De acordo com ela, a microbiota consiste nos microrganismos presentes no intestino, como bactérias, fungos e protozoários.

Já o microbioma diz respeito a como esses microrganismos atuam no órgão, sendo capazes de modular o sistema imunológico e agir como defesa nos casos de enteropatias, por exemplo.

Porém, e a disbiose, o que é? A médica-veterinário definiu esta condição como uma alteração na microbiota intestinal. Diversas são as suas causas, como alterações na quantidade de bactérias, aumento do número de bactérias aderentes a mucosa, modificações na quantidade de bactérias específicas e até alterações na função do microbiota.

A partir disso, exemplos de fatores predisponentes para que a disbiose ocorra em gatos são oferta de dieta de má qualidade ou mudanças bruscas, uso de antibióticos, presença de doenças sistêmicas e enteropatias crônicas e estresse.

Contudo, Mariane esclarece que são pouquíssimos os trabalhos científicos que determinem os padrões de disbiose intestinal em felinos.

Como diagnosticar a condição?

A médica-veterinária citou, principalmente, dois exames que podem ser utilizados para diagnosticas a disbiose nessa espécie.

Um deles é o teste de folato aumentado + cobalamina reduzida. No entanto, este tem pouca acurácia, por isso não é recomendado.

Dessa forma, a melhor alternativa atualmente é o painel de disbiose. Essa ferramenta quantifica as bactérias da microbiota intestinal, permitindo uma instituição mais adequada de tratamento.

Tratando a disbiose intestinal em felinos

O tratamento da disbiose intestinal em felinso requer paciência e pode ser realizado de algumas maneiras. Mariane comentou que algumas dietas podem ajudar e qual escolher depende da resposta do animal.

Alguns gatos se adaptam melhor a dietas com alta digestibilidade, enquanto outros, como os que possuem sensibilidade alimentar, respondem de forma mais adequada a dietas hidrolisadas ou com proteínas inéditas. Além disso, a presença de probióticos é indicada, pois essas fibras solúveis ajudam a restaurar as bactérias benéficas do organismo.

Em conjunto com o manejo alimentar podem ser utilizados medicamentos. A priori a escolha é por corticóides, porém a profissional ressalta que a dose de escolha deve ser alta, iniciando com 1,5 mg/kg. Caso não haja resposta, outra opção são os imunossupressores.

Além disso, a especialista ainda ressaltou que a terapia com corticóides deve ter uma duração longa, de 30 a 40 dias, em média.

Outro tratamento adjuvante é o transplante fecal. No entanto, para finalizar, Mariane esclareceu que o transplante pode não resolver a disbiose intestinal em felinos, mas promove um suporte para que as outras alternativas façam efeito. Nem sempre com apenas um transplante um gato com disbiose estará recuperado, sendo mais comum precisar realizar dois a três, com intervalos de 7 a 14 dias entre eles.

LEIA TAMBÉM:

Alexandre Daniel aborda o manejo da inapetência em gatos com Doença Renal Crônica no Cat In Rio

Renata Camozzi ministra palestra sobre os riscos da obesidade em felinos no Cat In Rio 2025

Americana Ashlie Saffire ministra palestra sobre alimentação enteral em pacientes críticos no Cat In Rio

Cães e Gatos- Conteúdo Original

Leia mais

PUBLICIDADE