Ter um pet vai muito além de carinho e amor: exige atenção constante à saúde e ao bem-estar. Alimentação equilibrada, hidratação adequada e a observação de sinais que possam indicar problemas são cuidados diários fundamentais. Mas, além disso, cada estação traz desafios específicos. E na primavera, que se inicia neste dia 22 de setembro, quais são os principais cuidados que os tutores devem ter?
Conversamos com a médica-veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária, da Faculdade Anhanguera, Flávia Paiffer, que revela:
“Os principais problemas de saúde em pets durante a primavera são as alergias sazonais, provocadas por pólen, poeira e ácaros, que favorecem crises respiratórias, dermatites e otites”.
Além disso, a veterinária afirma que aumenta a incidência de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, e a atividade de vetores transmissores da Leishmaniose, que encontram no clima mais quente condições ideais para se multiplicar. Isso se dá porque o clima mais quente e úmido favorece a reprodução desses parasitas.
“A prevenção deve incluir o uso regular de antiparasitários indicados por veterinário, higienização do ambiente (lavagem das caminhas, tapetes e mantas) e controle do quintal ou jardim, já que larvas e ovos se acumulam em frestas e gramas”, orienta.

Alergias sazonais
Os sinais mais frequentes da alergia sazonal durante a primavera, segundo Flávia, são: coceira, lambedura das patas, vermelhidão na pele, descamação, espirros, secreção ocular e otites recorrentes.
“Em alguns casos, pode haver queda de pelo localizada e presença de lesões na pele”, adiciona.
Como reforçado pela docente da Faculdade Anhanguera, a exposição a pólen, poeira e ácaros tende a aumentar nesta época. Para minimizar os impactos nos animais alérgicos, o tutor deve manter a casa limpa e arejada, com aspiração frequente e para reduzir poeira e ácaros, além de banhos regulares com shampoos dermatológicos indicados.
“Também é preciso evitar passeios em horários de maior concentração de pólen (início da manhã e fim da tarde). Em casos mais graves, pode ser necessário tratamento contínuo com orientação veterinária”, destaca.
Alimentação e hidratação
Durante a primavera, a veterinária declara que, normalmente, não é preciso mudar a dieta dos pets.
“Apesar disso, devemos observar o aumento da atividade durante os passeios, sendo necessário ajustar a quantidade de ração para acompanhar o gasto energético. Suplementações só devem ser introduzidas quando houver necessidade e com acompanhamento do médico-veterinário para evitar excessos que podem ser prejudiciais”.
Ela ainda relata que, na estação, os cuidados com a hidratação dos pets devem ser reforçados.
“Água fresca deve estar sempre disponível e em locais de fácil acesso. Trocar a água várias vezes ao dia, usar bebedouros em diferentes pontos da casa e oferecer alimentos úmidos, como os sachês, especialmente para os gatos, que tendem a beber menos água”, recomenda.

Cuidados com a pele
Na hora dos passeios, Flávia salienta que os tutores devem evitar os horários de calor intenso, usar protetor solar específico para pets em áreas sensíveis e expostas, como focinho e orelhas, verificar a temperatura do asfalto para não queimar as patas e inspecionar o corpo do animal após o passeio para detectar parasitas ou irritações na pele.
Além disso, de acordo com a docente, é essencial estar atento a possíveis otites e dermatites causadas por fatores ambientais da estação.
“Na pele, identificamos o aumento da coceira, vermelhidão, descamação, feridas e mau cheiro. Nas orelhas, observamos os meneios de cabeça, que é quando o pet balança muito a cabeça, coça a região, apresenta secreção e/ou odor desagradável. Esses sinais indicam a necessidade de avaliação veterinária”, alerta.
Para os animais com pelagem longa, a veterinária comenta que a tosa pode ajudar no conforto térmico.
“Mas devemos tomar cuidado com a tosa de forma radical, pois os pelos também protegem contra o sol e insetos. Escovações frequentes ajudam a remover os pelos mortos, facilitando a ventilação natural da pele e evitando nós que podem acumular sujidades e umidade”, sublinha.
Além dessas orientações, Flávia acrescenta que é fundamental manter a vacinação e vermifugação em dia e utilizar antiparasitários regularmente conforme orientação do veterinário.
“O tutor ainda deve garantir sombra, água fresca e ambiente ventilado, escovar os pelos com frequência, higienizar caminhas e brinquedos, observar mudanças no comportamento e procurar o veterinário diante de qualquer sinal de desconforto”, lista.
Como observado pela médica-veterinária, a primavera reforça a importância de pensar no bem-estar animal de forma integral, incluindo saúde física, prevenção de doenças e qualidade de vida.
“Nós, veterinários e tutores, somos responsáveis por proporcionar segurança e conforto aos pets, para que eles possam aproveitar essa estação de maneira saudável. O cuidado preventivo é sempre o melhor caminho”, finaliza.
FAQ sobre cuidados com os pets na primavera
Quais são os principais problemas de saúde que os pets enfrentam na primavera?
As alergias sazonais estão entre os principais desafios e são causadas pelo aumento de pólen, poeira e ácaros. Elas podem provocar coceira, vermelhidão, descamação, espirros e até otites recorrentes. Além disso, há maior incidência de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, e o aumento da atividade de vetores transmissores da Leishmaniose.
Como prevenir alergias e infestações por parasitas durante a estação?
A prevenção passa pelo uso regular de antiparasitários recomendados pelo veterinário, higiene frequente de caminhas, mantas e tapetes, além do controle do quintal e jardim, onde larvas e ovos podem se acumular. Para animais alérgicos, é importante manter a casa limpa, aspirada e arejada e evitar passeios nos horários de maior concentração de pólen (manhã e fim da tarde).
É preciso mudar a alimentação do pet na primavera?
Normalmente, não há necessidade de alteração na dieta, mas deve-se observar o aumento da atividade física durante os passeios e ajustar a quantidade de ração conforme o gasto energético. A hidratação deve ser reforçada, oferecendo sempre água fresca em diferentes pontos da casa e, no caso dos gatos, alimentos úmidos, como sachês, são recomendados para estimular a ingestão de líquidos.
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