A campanha Setembro Amarelo reforça a importância dos cuidados com a saúde mental a fim de evitar quadros mais graves e, até mesmo, situações definitivas. Na busca por alternativas que ofereçam bem-estar e equilíbrio emocional, os pets se mostram como grandes companheiros e aliados, até mesmo para os dias mais difíceis.
A psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e doutora em Ciências Médicas, Danielle Viana Magalhães, que atua no Espaço Joelma Ruiz e na Clínica Vet Cirúrgica, indica que pesquisas nas áreas da Psicologia, Psiquiatria e Medicina Veterinária têm mostrado benefícios claros, não somente emocionais como fisiológicos que os pets trazem aos humanos.
Segundo a profissional, ter um pet reduz nossa sensação de solidão e nos traz maior sensação de pertencimento.
“Eles nos propiciam um espaço seguro para expressarmos nossas emoções, pois não nos criticam, nem julgam, funcionando como apoio emocional. Além disso, também nos estimulam a ter uma rotina e responsabilidades, o que pode ajudar pessoas em depressão ou profunda tristeza a se manterem ativas”, aponta.

Estudos comprovam!
Danielle ainda menciona que pesquisas mostram que acariciar um pet reduz os níveis de cortisol, hormônio do estresse, além de aumentar a produção de um hormônio do bem-estar, chamado ocitocina, que é o mesmo liberado quando a mãe acaricia ou amamenta seu bebê.
“Tutores de pet possuem menos riscos de desenvolver ansiedade crônica, de acordo com estudos recentes. Ter um pet também melhora nosso humor: o comportamento espontâneo e, muitas vezes, engraçado deles nos brinda com momentos de alegria e de muitas risadas. Essa interação ajuda na liberação de endorfina, o que contribui para o alívio de alguns sintomas depressivos”, discorre.
Outro fator de suma importância para a saúde mental, segundo a psicóloga, é o incentivo à interação social que os pets trazem.
“Ao caminhar com cães na rua, acabamos interagindo com outros pets e seus responsáveis e muitas amizades podem surgir desses encontros. Responsáveis participam de grupos de pets nas redes sociais, o que traz maior senso de inclusão e pertencimento para essas pessoas”, argumenta.
Aliados da saúde mental
Como comentado pela profissional, os animais de estimação podem auxiliar pessoas com depressão, ansiedade e outras doenças mentais de diversas formas:
- Redução do estresse e da ansiedade: a interação com pets diminui os níveis de cortisol e pode aumentar a liberação de ocitocina, promovendo sensação de calma.
- Estímulo à rotina e responsabilidade: cuidar de um animal favorece a organização do dia a dia e fortalece o senso de propósito.
- Aumento da atividade física e social: passeios e brincadeiras incentivam o movimento e podem ampliar interações sociais.
- Companhia e vínculo emocional: a presença constante do pet reduz solidão e oferece apoio afetivo incondicional.
- Melhora do humor e sintomas depressivos: a convivência regular está associada a maior bem-estar e menor percepção de sintomas depressivos.
Danielle também informa que em situações de luto, separação ou crises pessoais, os pets podem funcionar como uma rede de apoio emocional muito valiosa.
“A presença deles oferece companhia constante, diminuindo a sensação de solidão que costuma acompanhar esses momentos difíceis”, declara.
O afeto incondicional dos animais, de acordo com a psicóloga, transmite conforto e acolhimento, ajudando a aliviar a dor emocional.
“O simples ato de acariciar ou interagir com o pet pode gerar sensação de calma e segurança, criando um espaço de cuidado e conexão. Outro ponto importante é que a responsabilidade de cuidar do animal incentiva a manter uma rotina, fazendo com que a pessoa tenha que se ‘desligar’ da dor em alguns momentos. Os pets são uma fonte de apoio poderosa: são capazes de trazer alívio e esperança em fases onde, às vezes, é muito difícil vislumbrar dias melhores”, destaca.

Importantes, mas não substitutos de acompanhamento psicológico!
Embora os animais ofereçam apoio para a saúde mental e companhia, Danielle frisa que eles não substituem tratamentos psicológicos ou médicos quando necessários.
“Além disso, é preciso evitar projetar todas as suas angústias e expectativas no animal, pois ele tem suas necessidades inerentes à espécie, ou seja, precisa de espaço, descanso e estímulos próprios”, cita.
Assim, é essencial buscar outras formas de suporte emocional, como terapia, atividades físicas e convivência social, que ajudam a equilibrar essa relação, como comentado pela profissional.
“Uma rotina saudável de cuidados com o pet é de suma importância, levando em consideração suas necessidades e evitando a humanização para que, desta forma, seja garantido o bem-estar mútuo, sem transformar a responsabilidade em sobrecarga, mantendo o vínculo positivo, afetuoso e saudável para ambos”, sublinha.
Para finalizar, a psicóloga reitera que, neste Setembro Amarelo, devemos lembrar que a vida tem mais cor e sentido ao lado dos nossos pets.
“Eles oferecem amor, companhia e apoio em momentos difíceis, mas o cuidado com a saúde mental também exige atenção profissional. Valorize sua vida, cuide de você e do seu animal com responsabilidade e afeto”, encerra.
FAQ sobre pets e saúde mental
Como os pets ajudam na saúde mental dos tutores?
Eles reduzem o estresse e a ansiedade, oferecem companhia constante, ajudam a criar uma rotina e estimulam o senso de responsabilidade. Também proporcionam acolhimento emocional, principalmente em momentos difíceis, como luto ou depressão.
Ter um pet substitui o acompanhamento psicológico?
Não. Os pets são aliados valiosos no bem-estar emocional, mas não substituem tratamentos médicos ou psicológicos. É importante buscar apoio profissional e manter um cuidado equilibrado com o animal.
Quais os benefícios comprovados da convivência com pets?
Estudos mostram que tutores de pets têm níveis mais baixos de cortisol (hormônio do estresse), maior produção de ocitocina (hormônio do bem-estar), menos sintomas depressivos e melhor interação social, além de melhoria no humor e maior sensação de pertencimento.
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