Após investir cerca de R$ 231 milhões por ano em imunização, o Brasil acaba de completar a marca de dez anos sem registros de Raiva humana transmitida por variantes virais típicas de cães (AgV1/AgV2).
O último caso da doença em seres humanos no país aconteceu em 2015, no Mato Grosso do Sul, mais especificamente na região de fronteira com a Bolívia. Antes disso, em 2013, houve uma ocorrência no Maranhão.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, em 2026 será realizada a entrega de um dossiê sobre a eliminação da doença em todo território nacional para a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É com muito orgulho que celebramos 10 anos sem casos de Raiva humana transmitida por cães em nosso país. Um resultado histórico, fruto de campanhas de vacinação de cães e gatos, distribuição gratuita de vacinas e soros para toda a população e dedicação incansável dos profissionais do SUS. Enquanto o mundo ainda registra cerca de 60 mil mortes, todos os anos, por Raiva canina, o Brasil já é uma referência global, mostrando que o SUS, com a estratégia ‘ Uma só saúde ’ é capaz de proteger a vida das pessoas e dos animais”, enfatizou Simão.
Essa conquista reforça a importância de investimentos e da adesão às práticas de cuidado e proteção no contexto da saúde pública brasileira.
Trata-se, também, de um momento de conscientização da população para a vacinação dos animais domésticos. Essa estrutura integrada assegura a prevenção de zoonoses e fortalece a vigilância epidemiológica.
Para auxiliar nessas frentes, o Sistema Único de Saúde (SUS) combina campanhas massivas de vacinação de cães e gatos, distribuição gratuita de vacinas e soros antirrábicos para humanos e animais, rápida resposta a focos da doença, além do fortalecimento da vigilância epidemiológica.
Programa Regional de Eliminação da Raiva
O Programa Regional de Eliminação da Raiva, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi criado em 1983 e desde a sua fundação os casos da doença na América Latina caíram 98%, passando de, aproximadamente, 300 registros naquele ano para apenas três em 2024.
No Brasil, os avanços reforçam o compromisso com a saúde única e o país já trabalha para consolidar esse resultado no cenário internacional.
Até 2026, deve ser feita a entrega à OPAS/OMS do Dossiê de Eliminação da Raiva Humana Transmitida por Cães, reunindo mais de uma década de evidências epidemiológicas. Caso seja validado, o Brasil será o segundo país das Américas a receber o reconhecimento, depois do México.
Apesar da conquista, especialistas alertam para a necessidade de manter a vigilância ativa contra outros reservatórios, como morcegos e primatas não humanos. Globalmente, a raiva transmitida por cães ainda causa milhares de mortes por ano, principalmente na Ásia e na África.
Fonte: Agência gov, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre a Raiva humana no Brasil
Quais foram os últimos casos de Raiva humana no país?
O último caso da doença registrado em seres humanos no Brasil foi em 2015, no Mato Grosso do Sul. Anteriormente, houve uma ocorrência no Maranhão em 2013.
Quais são as variantes da Raiva transmitida por cães?
As variantes típicas da enfermidade nos cães são a AgV1 e a AgV2.
Como prevenir a doença em humanos e animais?
Dentre as formas de prevenção da Raiva, a principal é a vacinação de cães e gatos, que pode ser realizada em clínicas veterinárias ou através do Centro de Controle de Zoonoses dos municípios brasileiros.
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