Ver um cão convulsionar com certeza é assustador, mas você sabia que uma convulsão pode ter diversas origens e nem sempre está associada a uma doença crônica ou grave?
Com exceção dos casos de epilepsia idiopática, a convulsão remete a um sintoma de uma enfermidade que afeta o cérebro.
Diversas condições neurológicas e metabólicas podem causar crises epilépticas — e o primeiro passo é sempre buscar avaliação veterinária imediata e, nesse caso, procurar um neurologista torna-se o mais indicado.
A epilepsia é uma das afecções neurológicas mais comuns em cães e pode ser controlada com o tratamento adequado.
As crises variam em intensidade: alguns animais apresentam apenas episódios de desorientação e tremores, enquanto outros têm convulsões tônico-clônicas, com movimentos involuntários, salivação e perda de consciência, podendo chegar até a urinar e defecar espontaneamente durante as crises.
De acordo com a especialista do Nouvet, é fundamental que os tutores reconheçam os sinais de alerta:
“Durante uma crise, o cão pode apresentar mudança de comportamento, tremores, movimentos de pedalagem, salivação intensa e, às vezes, perda de consciência. Antes da crise, é comum notar mudanças de comportamento, como inquietação, agitação ou busca excessiva por atenção”, explica a dra. Carla Sarkis.
O diagnóstico deve ser feito por um médico-veterinário especializado em neurologia veterinária, com avaliação neurológica detalhada e exames complementares — incluindo análises laboratoriais e ressonância magnética para descartar doenças estruturais.
O tratamento geralmente envolve o uso de fármacos anticonvulsivantes e o tratamento da doença principal que culminou nas crises. O acompanhamento regular para ajustar doses e monitorar possíveis efeitos colaterais é essencial.
Cães diagnosticados e acompanhados adequadamente podem viver bem e por muitos anos.
“Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de controlar as crises e garantir o bem-estar do animal. O tutor nunca deve medicar o cão por conta própria — somente o veterinário pode indicar o tratamento e a dosagem correta”, conclui a dra. Carla Sarkis.
Além do tratamento clínico, alguns cuidados diários ajudam a reduzir a frequência das crises, como manter uma rotina estável e tranquila, evitar estímulos excessivos ou estressantes, e registrar a data e a duração das crises, para que o veterinário possa acompanhar a evolução.
Com atenção, paciência e ajuda constante, é possível garantir qualidade de vida e segurança aos cães que apresentam crises epilépticas.
Fonte: Nouvet, adaptada pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre convulsões em cães
O que pode causar convulsões em cães?
As convulsões podem ter várias causas, incluindo doenças neurológicas, metabólicas ou intoxicações. Em alguns casos, estão relacionadas à epilepsia idiopática, mas também podem ser sintoma de outras enfermidades que afetam o cérebro.
O que o tutor deve fazer quando o cão tem uma crise convulsiva?
É essencial manter a calma e procurar atendimento veterinário imediato.
Cães com epilepsia podem viver normalmente?
Sim. Com tratamento adequado, acompanhamento regular e cuidados diários para evitar estresse e estímulos intensos, cães epilépticos podem ter boa qualidade de vida e viver por muitos anos.
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