Uma recente pesquisa realizada pelo Royal Veterinary College (RVC) em parceria com a Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, revelou quais raças de cães apresentam maior predisposição ao desenvolvimento de feocromocitoma, um tipo de tumor raro da glândula adrenal.
De acordo com o estudo, as três raças que se destacaram foram Soft-Coated Wheaten Terrier, com 30,9 vezes mais probabilidade de ser diagnosticada, Pointer Alemão (11 vezes) e o Schnauzer Miniatura (4,7 vezes). Esses índices foram comparados com cães sem raça definida.
Além disso, de modo geral, os Terriers e as raças propensas a outros tumores endócrinos também apresentaram maior risco da doença, assim como os cães machos castrados com idade entre nove e 15 anos.
O que é o feocromocitoma?
O feocromocitoma é um tumor que afeta a medula adrenal e ocorre em cães e humanos. Ele é caracterizado pela produção excessiva de hormônios, como adrenalina e noradrenalina, que ativam a resposta de “luta ou fuga” e podem causar complicações cardíacas graves e potencialmente fatais.
Por partilharem características clínicas e biológicas semelhantes, os casos de cães com este tumor constituem um modelo importante para o estudo do feocromocitoma humano.
De acordo com os investigadores, esse tipo de tumor é frequentemente subdiagnosticado nesses animais na prática clínica, pois os sinais clínicos, como hipertensão, taquicardia e arritmias, são intermitentes e pouco específicos, podendo ser confundidos com outras enfermidades hormonais, neurológicas ou cardiovasculares.
Outro desafio é que os testes bioquímicos específicos para diagnóstico da doença só se tornaram disponíveis na Medicina Veterinária nos últimos 15 anos, o que dificultou a estimativa da sua frequência até agora.
“Pela primeira vez, conseguimos demonstrar que a incidência geral de feocromocitoma em cães é até 25 vezes superior à observada em humanos. Isto reforça o valor do feocromocitoma canino espontâneo como modelo de estudo para o tumor em humanos, uma vez que as amostras de feocromocitoma canino estão mais facilmente disponíveis para estudos moleculares, ao contrário das amostras humanas”, referiu Floryne Buishand, autora principal do estudo.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre o feocromocitoma em cães
Como o feocromocitoma se desenvolve?
A doença afeta a medula adrenal e ocorre em cães e humanos, sendo caracterizada pela produção excessiva de hormônios, como adrenalina e noradrenalina.
Quais são os principais sinais clínicos da doença?
Dentre os sintomas mais comuns do feocromocitoma estão hipertensão, taquicardia e arritmias.
Quais raças são mais predispostas ao feocromocitoma?
Segundo a pesquisa, as raças com maior predisposção são Soft-Coated Wheaten Terrier, Pointer Alemão e Schnauzer Miniatura.
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