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Primavera aumenta o risco de alergias nos gatos – Portal Cães e Gatos

A chegada da primavera, embora traga um clima mais ameno, representa um período de alerta para a clínica de pequenos animais, especialmente no que tange à saúde felina. Com a mudança de estação, observa-se um aumento na prevalência de alérgenos ambientais, como pólen, ácaros e fungos, que podem desencadear ou agravar quadros de hipersensibilidade em […]

A chegada da primavera, embora traga um clima mais ameno, representa um período de alerta para a clínica de pequenos animais, especialmente no que tange à saúde felina.

Com a mudança de estação, observa-se um aumento na prevalência de alérgenos ambientais, como pólen, ácaros e fungos, que podem desencadear ou agravar quadros de hipersensibilidade em nossos pacientes.

Além de exacerbar as alergias cutâneas, a primavera traz outros perigos que merecem a atenção dos clínicos e tutores, como crises de asma ou bronquite alérgica e intoxicação por plantas ornamentais.

As alergias em gatos, frequentemente agrupadas sob o termo “Síndrome Cutânea Atópica Felina”, manifestam-se de formas variadas, tornando o diagnóstico um verdadeiro desafio clínico.

Diferentemente dos cães, os felinos podem apresentar padrões de reação cutânea distintos, como dermatite miliar, complexo granuloma eosinofílico, alopécia autoinduzida por lambedura excessiva e prurido concentrado na região da cabeça e pescoço.

A alta concentração de pólen no ar durante a primavera é um gatilho significativo para gatos com asma felina ou bronquite alérgica. A inalação desses aeroalérgenos pode desencadear uma resposta inflamatória nas vias aéreas, resultando em broncoconstrição, produção excessiva de muco e dificuldade respiratória.

Além disso, com o florescer da estação, muitas pessoas trazem para dentro de casa plantas que podem ser extremamente tóxicas para os gatos. A curiosidade natural dos felinos pode levá-los a morder ou ingerir folhas, flores e bulbos, resultando em intoxicações graves.

gato cheirando flor
O pólen presente no ar durante a primavera pode ser um gatilho para asma felina ou bronquite alérgica (Foto: Reprodução)

Dermatite Alérgica à Picada de Ectoparasitas (DAPE)

A Dermatite Alérgica à Picada de Ectoparasitas (DAPE) é a causa mais comum de alergia em felinos, sendo desencadeada por uma reação de hipersensibilidade à saliva de pulgas, principalmente Ctenocephalides felis. Mesmo uma única picada pode ser suficiente para iniciar uma reação pruriginosa intensa em gatos sensibilizados.

O diagnóstico da DAPE é predominantemente clínico e baseado na exclusão de outras causas de prurido como sarnas, piodermites bacterianas secundárias e fúngicas.

Uma anamnese e exame clínico detalhado é de extrema importância e teste terapêutico é o pilar do diagnóstico e consiste na implementação rigorosa de um controle de pulgas eficaz e de longo prazo, tanto no animal quanto no ambiente.

Se os sinais clínicos melhorarem significativamente após 4 a 8 semanas de controle parasitário adequado, o diagnóstico de DAPE é confirmado. É crucial utilizar produtos com ação rápida e residual, e tratar todos os animais contactantes na casa.

Em casos graves de prurido e inflamação, os glicocorticóides podem ser usados por um curto prazo para alívio rápido. O uso de anti-histamínicos são menos, ou não, eficazes.

Síndrome Cutânea Atópica Felina (SCAF)

Síndrome Cutânea Atópica Felina (SCAF), é uma doença inflamatória e pruriginosa da pele, geneticamente predisposta, associada à produção de anticorpos IgE contra alérgenos ambientais (pólen, ácaros, fungos, etc.). É a segunda alergia mais comum em gatos, após a DAPE.

O diagnóstico é de exclusão, o que significa que outras causas de prurido devem ser descartadas antes de se chegar a esta conclusão. Além disso, investigar a sazonalidade faz parte do processo e auxilia no processo de exclusão de várias causas.

As lesões cutâneas são variadas e podem incluir dermatite miliar, alopécia auto induzida, complexo granuloma eosinofílico (placas eosinofílicas e/ou úlceras indolentes) prurido generalizado ou focal (facial e cervical) e otite externa.

Para diagnóstico diferencial, exames como raspados de pele, parasitológico de cerúmen, dietas de eliminação, tricogramas, citologia e culturas bacterianas e fúngicas devem ser consideradas.

Infecções secundárias devem ser tratadas pois pioram as lesões mesmo não sendo a causa primária do problema. Uma vez excluídas todas as demais causas de prurido e, não sendo possível identificar o alérgeno desencadeante, inicia-se o tratamento do indivíduo, sempre associado ao manejo ambiental.

Evitar, ou reduzir, a exposição do gato a alérgenos ambientais, especialmente áreas com alta concentração de pólen durante a primavera.

Confira o artigo completo “Primavera traz flores. E alergias”, na íntegra e sem custo, acessando a página 40 da edição de outubro (nº 314) da Revista Cães e Gatos.

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