Entre os dias 6 e 8 de agosto, o Rio de Janeiro recebeu o Cat In Rio, um dos maiores eventos de Medicina Felina do Brasil.
O encontro, que está em sua 10ª edição e reuniu mais de 800 pessoas, foi uma oportunidade de networking, negócios e, claro, muito aprendizado.
Com uma programação recheada de palestras que lotaram o auditório, o Cat In Rio contou com presenças ilustres na Medicina Veterinária mundial. No âmbito internacional trouxe a Presidente da FelineVMA, Ashlie Saffire, e Rodolfo Leal, que é português e especialista europeu em Medicina Interna.
Dentre os brasileiros estavam Alexandre Daniel, médico-veterinário diplomado pelo American Board of Veterinary Practitioners (ABVP), com o título Americano de especialista em Medicina Felina, que também é coordenador científico do evento.
Além disso, outros destaques foram Renata Camozzi, Daniela Ramos, Viviane De Marco, Mariane Silva e Heloísa Justen.
Intensivismo
O primeiro dia do Cat In Rio teve como palestrante principal Ashlie Saffire. Realizando ao todo quatro palestras, a profissional abordou temáticas relevantes no intensivismo e na prática clínica de felinos.
Dentre os temas, a nutrição enteral foi amplamente trabalhada, fornecendo informações valiosas quanto as técnicas disponíveis para o manejo nutricional dos pacientes.
Ashlie iniciou a palestra comentando sobre a sonda nasoesofágica, que é uma alternativa indicada para períodos de três a cinco dias. Dentre as suas vantagens: valor acessível, utilização facilitada e aplicação sem anestesia. Contudo, o diâmetro menor somente permite a administração de dietas 100% líquidas.
A médica-veterinária ainda deu uma dica para a passagem da sonda. Segundo ela, mesmo não requerendo anestesia, é válido utilizar uma medicação tranquilizante, como a Gabapentina, antes do procedimento, e aplicar um anestésico tópico para minimizar a sensibilidade da região.
Além disso, ressaltou que a técnica não é indicada para pacientes com doença nas vias respiratórias superiores, traumas em região de face, vômitos incessantes e distúrbios de coagulação.
Por outro lado, a sonda esofágica é a mais indicada para animais que precisam de nutrição enteral por períodos mais longos, podendo chegar a meses de uso. Esta aplicabilidade permite o manejo nutricional em casa, o que é um grande diferencial.
Esse tipo de sonda tem ainda a vantagem de uma maior espessura, que cria mais oportunidades de alimentação, assim como permite a administração de medicamentos via sonda.
Como requer anestesia para a sua aplicação, a opção não é recomendada para animais com risco anestésico, doenças em esôfago, distúrbios de coagulação e capacidade mental reduzida, como os que estão em estado comatoso ou semicomatoso.