Trocar a ração dos pets não deve ser feito de um dia para o outro. Cães e gatos precisam de tempo para se adaptar ao novo alimento e, se a mudança for brusca, podem apresentar dor de barriga ou, até mesmo, recusar o alimento. A transição alimentar é justamente esse processo de adaptação, feito de forma gradual, para que o pet aproveite todos os benefícios da nova dieta com saúde e tranquilidade
De acordo com a médica-veterinária da Clínica Vetso Veterinária, Renata Cesar Silva, a transição alimentar é importante porque o sistema digestivo dos cães e gatos precisa de tempo para se adaptar.
“Uma mudança repentina na dieta pode causar diarreia, vômitos e perda de apetite. A transição gradual ajuda a microbiota intestinal a se ajustar e aumenta a aceitação da nova dieta”, garante.
Segundo a profissional, o ideal é que a transição dure de sete a dez dias e o tutor deve misturar progressivamente a ração antiga com a nova. “Animais mais sensíveis podem precisar de um tempo maior, que deve ser ajustado conforme orientação veterinária”, menciona.
Os principais sinais de que a transição alimentar não está sendo bem tolerada pelo animal, como listado pela veterinária, são: fezes amolecidas ou com muco, vômitos, gases em excesso, recusa alimentar ou apatia.
“Caso esses sintomas persistam, é importante interromper a mudança e procurar o veterinário”, alerta.
Cuidados específicos
A atenção à alimentação deve ser redobrada quando se trata de filhotes, idosos ou animais com comorbidades durante a transição.
“Nesses casos, a mudança deve ser ainda mais lenta e supervisionada. Filhotes têm sistema digestivo mais imaturo, idosos podem ter menor capacidade de adaptação e animais com doenças (como cardíacas, renais ou intestinais) precisam de dietas especiais, sempre indicadas pelo veterinário”, pontua.
Animais que passam da alimentação úmida para a seca – ou vice-versa – também precisam de cuidados adicionais na transição.
“Mudanças de textura e palatabilidade podem gerar recusa alimentar. Além disso, é preciso observar a ingestão de água, já que dietas secas exigem maior hidratação espontânea”, adiciona a veterinária.
No caso de alimentação natural, o processo de transição é mais sensível e costuma exigir mais cuidado.
“Deve ser feita de forma gradual, balanceada e sempre com formulação de um médico-veterinário nutrólogo, para garantir que o animal receba todos os nutrientes adequados e não corra riscos de deficiência ou excesso”, explica.

Acompanhamento veterinário
O médico-veterinário é o profissional capacitado para ajudar na escolha de uma nova dieta e no planejamento da transição alimentar dos pets.
“Ele avalia o porte, idade, estado de saúde, peso corporal e necessidades específicas do animal. Com base nisso, indica a melhor dieta e orienta o passo a passo da transição, evitando erros comuns que podem comprometer a saúde do pet”, cita Renata.
Além da alimentação, a hidratação também deve ser monitorada durante esse processo.
“A ingestão de água é fundamental, principalmente em dietas secas. Água fresca e limpa deve estar sempre disponível e, em alguns casos, podem ser utilizados estímulos como fontes de água ou sachês úmidos para aumentar a hidratação”, acrescenta.
Por fim, a veterinária destaca que trocar a alimentação do pet é uma decisão importante e deve ser feita com planejamento.
“Cada animal é único e a supervisão do veterinário é essencial para garantir que a mudança traga benefícios reais à saúde e ao bem-estar”, finaliza.
FAQ sobre transição alimentar
Por que não posso trocar a ração do meu pet de uma vez?
Porque mudanças bruscas na dieta podem causar diarreia, vômitos e recusa alimentar. A transição gradual permite que o sistema digestivo do animal se adapte ao novo alimento sem causar desconfortos.
Quanto tempo deve durar a transição alimentar?
O ideal é de 7 a 10 dias, misturando aos poucos a ração nova com a antiga. Animais mais sensíveis, como filhotes, idosos ou doentes, podem precisar de um período maior e acompanhamento veterinário.
Como saber se meu pet não está se adaptando bem à nova ração?
Fezes moles, vômitos, gases, falta de apetite ou apatia são sinais de alerta. Se persistirem, a mudança deve ser interrompida e o veterinário consultado para ajustes na dieta ou plano de transição.
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