Muitos estudos já confirmam que a relação das pessoas com seus animais de estimação pode trazer uma série de benefícios, inclusive para a saúde mental e emocional.
Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, especializada em terapia familiar e psicodrama, os pets oferecem vínculos afetivos profundos, incentivam a interação social e estimulam hábitos saudáveis, como sair de casa e manter uma rotina.
“O vínculo com os animais é leve e puro. Eles estão sempre prontos para receber e dar carinho. Você não precisa falar nada, ter assunto, só ser você mesmo e oferecer afeto”, afirma.
De acordo com a especialista, a presença constante de um animal de estimação pode reduzir a ansiedade, trazer alívio em momentos de estresse e até ajudar no enfrentamento da depressão. “Na depressão, a pessoa se vê obrigada a reagir: levantar da cama, alimentar o animal, sair para passear. Só isso já ajuda a romper o isolamento e traz uma sensação de propósito.”
Além disso, o convívio com os bichos estimula a liberação de ocitocina, o hormônio do bem-estar associado ao vínculo afetivo.
“Ter um pet alimenta a alma. O ser humano precisa de vínculo, e os animais são ótimos parceiros para isso, especialmente quando a pessoa está sozinha”, explica Marina.
Eles promovem a socialização
Outro grande benefício de ter um animal de estimação é que eles atuam como “pontes sociais”, ajudando seus responsáveis a ampliar a rede de contatos. “Você encontra outros donos de cães, troca conversas, conhece gente. Tem até gente que começou a namorar assim, cruzando no parque com seus cachorros”, comenta Vasconcellos.
Já a psicóloga e especialista em saúde mental da Trabalhe pra Cachorro, Juliana Sato, complementa que a previsibilidade do comportamento do pet e os rituais cotidianos ajudam a estabelecer uma sensação de segurança.
“Psicologicamente e biologicamente, isso diminui o nível de cortisol (hormônio do estresse) e contribui para um estado emocional mais equilibrado. A convivência com o animal oferece pontos de estabilidade em meio à rotina agitada”, diz.
Além disso, segundo ela, a presença de um pet altera a rotina doméstica e preenche lacunas emocionais.

Adoção é não é brincadeira
No entanto, apesar de todos os benefícios, as especialistas reforçam que adotar um animal é um compromisso de longo prazo.
“A pessoa precisa ter clareza de que o pet exige cuidados diários, gastos com alimentação, saúde, higiene e tempo de companhia. É como um filho. Se você não pode dar atenção ou passa o dia todo fora, talvez seja melhor não ter”, diz Marina.
Ela ainda alerta para casos em que o pet pode não ser a melhor solução: “Num luto recente ou em transtornos mentais graves, como depressão severa ou esquizofrenia sem suporte, o risco é que o animal não receba os cuidados necessários”.
Dessa forma, para quem está decidido a adotar, a dica é avaliar o próprio estilo de vida e escolher um animal compatível. A psicóloca explica que, para quem mora em apartamento, talvez um cachorro grande não seja ideal. Já os gatos exigem menos, mas ainda assim precisam de atenção. Então, deve-se entender como é o comportamento da raça, se lida bem com crianças, se é mais agitada ou tranquila.
Ela também defende que os pets não sejam tratados como humanos.
“Cuidar com amor, sim, mas com equilíbrio. Não dá para deixar de viver por causa do pet. Existem hotéis, cuidadores, alternativas para quando você precisa se ausentar”.
Em tempos de solidão crescente, os animais oferecem um tipo de escuta silenciosa, mas afetiva.
“Muita gente conversa com o pet como se estivesse falando com um diário. Eles não respondem com palavras, mas com carinho. E, no fim das contas, o que todo mundo quer é isso: carinho, amor e ser reconhecido”, conclui Marina.
Fonte: Terra, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre pets e saúde
Por que os animais de estimação são bons para a saúde das pessoas?
Diversos são os benefícios de ter um pet. Os animais de estimação conseguem oferecer vínculos afetivos profundos, incentivam a interação social e estimulam seus responsáveis a adotar hábitos saudáveis, como sair de casa e manter uma rotina.
Os pets ajudam na socialização dos tutores?
Sim, é como se os cães e gatos funcionassem como “pontes sociais” e auxiliam os responsáveis a ampliar a rede de contatos e promover interação social com outras pessoas.
O que considerar antes de adotar um pet?
A adoção de um animal de estimação não deve ser realizada sem analisar todos os fatores que envolvem esse ato, sejam eles emocionais, de disponibilidade ou financeiros. Deve-se optar por um animal que se adapte a rotina e considerar que esse é um compromisso de longo prazo.
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