Aromas do ambiente influenciam o apetite, o humor e a segurança dos gatos
Você, tutor de gato, já percebeu que há aromas que os bichanos adoram e outros que eles detestam? Isso acontece por conta do olfato muito apurado dos felinos, que têm quase 40 vezes mais células sensíveis a odores que os humanos e podem sentir esses cheiros cerca de 14 vezes melhor. Dessa forma, o olfato […]
Por
Alejandro Marques Marques
23/07/2025
Atualizado às 10:24
Você, tutor de gato, já percebeu que há aromas que os bichanos adoram e outros que eles detestam? Isso acontece por conta do olfato muito apurado dos felinos, que têm quase 40 vezes mais células sensíveis a odores que os humanos e podem sentir esses cheiros cerca de 14 vezes melhor.
Dessa forma, o olfato faz com que os gatos percebam muito melhor o ambiente e, por isso, é importante garantir de tudo para que ele se sinta seguro, para que possa se comunicar com outros gatos e, também, para que se alimente com tranquilidade.
De acordo com a médica-veterinária especialista em Medicina Felina, diretora e responsável pela Clínica Patvet e idealizadora e coordenadora do curso Cat’s Academy Pro, Patricia Bastos, os odores cítricos são fortes para o sistema olfativo dos gatos, bem como aromas picantes, de produtos de limpeza e perfumes.
“Aromas de menta, hortelã, vinagre, banana, fumaça e, até mesmo, areias perfumadas, podem ser repugnantes para alguns gatos”, elenca.
Os gatos podem sentir cheiros cerca de 14 vezes melhor que os humanos (Foto: Reprodução)
Odores trazem riscos aos pets?
Patricia comenta que os cheiros desagradáveis em locais que os felinos não têm como evitar podem gerar estresse e alterações comportamentais. “Vivendo com estresse, os gatos podem agredir outros animais da casa, fazer marcação territorial para se sentir mais seguro frente ao estresse e, ainda, se tornar agressivo numa consulta”, revela.
A profissional destaca que, ao contrário do que muitos pensam, óleos essenciais, na sua maioria, também são tóxicos para gatos e devem ser evitados.
“Produtos como cloro atraem os felinos e podem fazer mal à saúde”, adiciona, informando que itens com citronela também não são tolerados pelos bichanos, podendo ser motivo de afastamento do gato de algum local onde não se sinta confortável com o odor.
“Por isso, as clínicas e hospitais devem ter cuidado com os perfumes dos médicos-veterinários e desinfetantes utilizados no local”, alerta.
Além disso, Patricia declara que os aromas fortes podem afetar o interesse de gatos por alimentos e água.
“Essa espécie usa o olfato como seus ancestrais e o gato, no passado, utilizava esse sentido para evitar algo tóxico ou contaminado. Assim, se um gato tiver seu prato de comida próximo à caixa de areia suja, pode evitar comer por conta do odor e o mesmo ocorre com a água. Se o animal perceber que a água está com muito cloro, ele diminui o consumo”, frisa.
Adaptação do ambiente
A especialista comenta que o olfato faz parte dos cinco pilares de um ambiente felino saudável, sendo fundamental para que o gato se sinta seguro e protegido.
Médica-veterinária ressalta que a maioria dos óleos essenciais são tóxicos para os gatos (Foto: Arquivo Pessoal)
“Os tutores devem ter cuidado para não interferir no sentido, evitando produtos químicos que possam atrapalhar a percepção ambiental do gato. Além disso, é preciso: evitar limpar áreas que tenham sido marcadas com o rosto do gato; colocar arranhadores para eles marcarem com seus próprios odores; trocar objetos da casa com cautela, expondo aos gatos com seus odores, por exemplo, esfregando pano com cheiro do gato no objeto; utilizar feromônios sintéticos no ambiente; colocar caixas de areia e pratos de comida e água separados”, recomenda.
Para gatos mais sensíveis, a veterinária afirma que é preciso evitar calçados e sacolas vindos da rua para não introduzir novos odores externos. “Tudo isso pode ajudar a manter um equilíbrio olfativo para os gatos”.
Patricia salienta que o olfato é o principal sentido dos felinos, tanto que, além do nariz, eles possuem um segundo sistema que capta informações químicas do ambiente: o órgão vômero-nasal.
“Esse órgão detecta feromônios, substâncias químicas que os gatos utilizam para se comunicar entre si. Esses feromônios transmitem mensagens sociais, territoriais e até relacionadas ao acasalamento. Os gatos espalham essas substâncias ao arranhar superfícies, esfregar o rosto em objetos, além de deixá-las nas fezes e na urina”
Por isso, a médica-veterinária reitera que é fundamental respeitar o olfato dos gatos no dia a dia. “Isso ajuda a manter o bem-estar e contribui para que eles sejam mais felizes”, finaliza.
FAQ sobre os aromas e os gatos
Quais aromas os gatos costumam detestar?
Gatos têm um olfato muito sensível e podem se incomodar com odores cítricos, picantes, de menta, vinagre, perfumes, fumaça, cloro e até com areias perfumadas. Esses cheiros, mesmo que sutis para nós, podem ser extremamente intensos e repulsivos para eles.
Cheiros fortes podem prejudicar a saúde ou o comportamento dos gatos?
Sim. Quando expostos a odores desagradáveis de forma constante, os gatos podem apresentar estresse, agressividade, marcação territorial e até recusar comida ou água. Além disso, algumas substâncias, como óleos essenciais e produtos de limpeza, são tóxicas.
Como adaptar a casa para respeitar o olfato dos gatos?
É importante evitar produtos com aroma forte, manter comida e água longe da caixa de areia e respeitar os locais marcados com o cheiro do próprio gato. Também é indicado oferecer arranhadores, introduzir objetos novos com o odor do pet e, se necessário, usar feromônios sintéticos no ambiente.