SÃO PAULO, SP, BELO HORIZONTE, MG, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os governadores mais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não comentaram até o momento a ordem do governo de Donald Trump de proibir a entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A sanção que partiu da Casa Branca atinge também outros sete ministros da Suprema Corte. Ela veio depois da operação da Polícia Federal autorizada pelo tribunal contra Bolsonaro. O político foi alvo de busca e apreensão e também passou a viver sob restrições de liberdade.
Procuradas neste sábado (19), as assessorias dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, Cláudio Castro (PL), do Rio, Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, e Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas, não responderam ou disseram que não há previsão para manifestação sobre o tema.
Com exceção de Ratinho, todos os outros criticaram em publicações nas redes sociais na última sexta (18) a operação que determinou a Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição do uso das redes sociais e outras medidas restritivas. O ex-presidente afirma que as ações judiciais às quais responde têm motivações políticas.
Parte dos governadores aliados de Bolsonaro busca aproveitar o espólio eleitoral do ex-presidente, que está inelegível, nas eleições do próximo ano.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que vai se posicionar sobre o que chamou de “crise política” entre Brasil e Estados Unidos quando retornar ao país, na próxima terça-feira (22).
Ele está em viagem ao Japão e não citou o STF em manifestação publicada em vídeo nas redes sociais.
“Sobre a crise política, sigo os ensinamentos de Carlos Lacerda, de que não se comenta estando fora do país. Na terça-feira, retorno do Japão, onde estou em missão oficial, e me posicionarei”, afirmou.
Para Caiado, os “últimos acontecimentos envolvendo o Brasil e os Estados Unidos” mostram um sério agravamento na crise, com reflexos na vida de trabalhadores, em referência ao tarifaço de Trump.
Ele afirmou que as soluções para os desafios brasileiros “não virão de fora para dentro” e também fez uma crítica ao governo Lula (PT), dizendo que “não esboça nenhuma ação”.
A punição dos EUA a membros do STF ocorreu após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter feito um périplo por Washington em busca de punições a Moraes nos últimos meses.
O anúncio foi feito horas após a operação contra Bolsonaro pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em rede social. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, disse.
Neste sábado pela manhã, o presidente Lula reagiu à sanção determinada por Trump ao classificá-la como “arbitrária e sem fundamento”.
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, disse o presidente da República em seu perfil no X, antigo Twitter.
“Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”, afirmou Lula.

“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, disse o presidente da República em seu perfil no X, antigo Twitter
Folhapress | 12:50 – 19/07/2025