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Psicólogo explica o risco da superdotação não reconhecida na infância

Conteúdo XP Psicólogo clínico especializado em altas habilidades, Jean Alessandro participou do episódio 14 da 3ª temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast, para falar sobre como a superdotação não reconhecida durante a infância pode gerar traumas, distorções de identidade e sofrimento emocional na vida adulta. Com base em sua própria história e em […]





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Psicólogo clínico especializado em altas habilidades, Jean Alessandro participou do episódio 14 da 3ª temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast, para falar sobre como a superdotação não reconhecida durante a infância pode gerar traumas, distorções de identidade e sofrimento emocional na vida adulta.

Com base em sua própria história e em anos de atendimento a pacientes neurodivergentes, Jean revela que a falta de preparo das famílias e das escolas para lidar com crianças superdotadas pode levar à invisibilização da inteligência — e a consequências profundas.

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Da infância à vida adulta

Segundo Jean, a ausência de um ambiente preparado para lidar com o superdotado afeta profundamente sua autoimagem e identidade. “Os ambientes não estão preparados para esses indivíduos. Aí eles sofrem como se fosse uma distorção de autoimagem, de identidade”, alerta.

Ele observa que muitos dos seus pacientes adultos só passam a compreender sua condição depois de anos de sofrimento e frustração. “Tem muito adulto — quer dizer, quase todo adulto — que chega pra terapia com superdotação e trauma, ou superdotação e TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), superdotação e autismo… essas coisas todas juntas. Eles têm questões muito profundas com essa autoimagem: não corresponde à imagem que eles têm deles com aquilo que os outros percebem”, afirma.

Essa contradição entre a alta capacidade intelectual e a dificuldade de lidar com tarefas cotidianas pode gerar angústia.

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Jean alerta que, sem apoio, a criança superdotada pode desenvolver traços de perfeccionismo, ansiedade e até sintomas associados à síndrome do impostor. “Tem crianças com 2, 3 anos que têm traços de perfeccionismo com brinquedos… quebrou um pedacinho, ela não quer mais brincar. Não quer brincar no chão porque tem um cisco no chão. São detalhistas ao extremo”, descreve.

No entanto, ele reforça que muitos desses comportamentos são mal interpretados por pais e educadores. “Você olha e diz: ‘Caramba, fica quieto, senta aí.’ Você não entende que o cara tá entediado. Ou o pai diz assim: ‘Nossa, esse menino precisa de mais limites’, só que ele precisa de mais estímulo e de entender as razões pelas quais o pai tá dizendo pra ele fazer x ou y”, lamenta.

Jean destaca que o desenvolvimento saudável da criança superdotada depende da forma como o ambiente responde às suas necessidades cognitivas e emocionais. “Quanto menos você foi ensinado a lidar com essa mente, mais vai ter isso: perfeccionismo, síndrome de impostor”, complementa.

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