
“É muito difícil imaginar que o valuation de hoje reflita a companhia. Isso me deixa muito otimista”. Esta fala é do CEO da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, que faz as contas e aponta que as ações da mineradora estão desvalorizadas.
Pimenta participou do último episódio do programa Expert Talks – Na Mesa com CEOs, da XP, com apresentação de Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, e Lucas Laghi, head do setor de mineração da XP.
O executivo apoia a afirmação nas perspectivas à frente da Vale, que inclui produzir 350 milhões/toneladas (t) de minério de ferro, ter o C1 (custo de produção e frete da mina ao porto) no valor de US$ 19, além de aumentar a produção de cobre de 350 mil/t para 700 mil/t.

“Está na nossa mão entregar uma companhia mais valiosa. Se avançarmos nessa pauta e no portfólio que está colocado para 2030, tenho muita confiança que conseguiremos destravar valor”, diz ele.
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China
Para o executivo, a China é o maior mercado e seguirá sendo. “Talvez tenha alcançado o pico e aconteça uma redução. Mas a nossa visão é de que essa redução será gradual. Isso porque é uma economia com muita necessidade de desenvolvimento e de muita oportunidade”, explica.
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O executivo avalia que outros grandes mercados, como a Índia, podem suprir uma possível queda de demanda chinesa. “A gente vê um futuro onde outros mercados possam surgir como produtores de aço”, afirma.
A Vale quer continuar crescendo na produção de minério de ferro. Em 2024, a mineradora fechou a produção em 328 milhões/t e tem um plano de chegar entre 340 a 360 milhões/t em breve.
Nos metais de transição, Gustavo Pimenta diz tratar-se da pauta que mais pode transformar o futuro da companhia. “A gente já é muito grande em níquel, que passa por um momento desafiador. Mas o cobre tem potencial de crescimento muito grande”, ressalta.
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Cobre
O CEO aponta que os projetos de cobre estão concentrados em Carajás, no Pará. “Uma das prioridades é avançar nessa pauta”, destaca. “A gente tem muitos projetos na região. A grande vantagem competitiva está em destravar o que a gente tem conhecimento técnico”, pontua.
O executivo diz também que a empresa tem focado no C1 e que em 2024, em relação a 2023, houve redução no índice, e esse ano deve cair de novo. “Temos dito que a nossa visão para 2030 é para chegar em um C1 entre US$ 18 a US$ 19,5. É uma posição extremamente competitiva”, diz.
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Ações
Sobre os investimentos, ele afirma que “não está deixando de fazer nada que não seja relevante para o futuro da companhia”.
“Os projetos estão sendo financiados, tem recursos alocados. Não estamos deixando passar nada que seja estrategicamente importante para gente”, pontua, afirmando que esses investimentos cabem no orçamento previsto de US$ 6 bilhões para 2025.
“Temos sido muito prudentes e disciplinados de retornar ‘o que sobra’ para o investidor. A gente recomprou quase 20% das ações ao longo dos últimos 3 a 5 anos e entendia que era a melhor forma de alocar e dar retorno aos nossos acionistas”, comenta.
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“Continuamos achando que a recompra é uma bela alocação de capital. Então renovamos o programa com o Conselho [de Administração]”, complementa.