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Veterinária alerta para riscos da Síndrome de Pica em cães e gatos

Você já ouviu falar na Síndrome de Pica? O nome pode parecer estranho, mas consiste num distúrbio alimentar onde cães e gatos passam a comer qualquer tipo de objetos não comestíveis. E, nesse momento, eles são ecléticos! Vários tipos de materiais, como papel, plástico, madeira e, até mesmo, pedra chamam atenção. A síndrome pode acontecer […]

Você já ouviu falar na Síndrome de Pica? O nome pode parecer estranho, mas consiste num distúrbio alimentar onde cães e gatos passam a comer qualquer tipo de objetos não comestíveis. E, nesse momento, eles são ecléticos! Vários tipos de materiais, como papel, plástico, madeira e, até mesmo, pedra chamam atenção.

A síndrome pode acontecer por fatores ambientais, comportamentais ou nutricionais e, para entender melhor sobre, conversamos com a médica-veterinária do Hospital Veterinário Amar Vet’s, Fernanda Dias de Paula.

Discorrendo mais sobre o assunto, Fernanda afirma que, para os cães, qualquer tipo de brinquedos, meias, pedras, entre outros, são ingeridos com muita frequência. “Já para os gatos, os mais comuns são os objetos lineares, como fios e linhas, além do próprio substrato utilizado como sanitário, areia higiênica, sílica ou compensados de madeira”, aponta.

A veterinária compartilha que, em geral, a síndrome está relacionada à ansiedade e falta de  estímulos (atividades), que podem gerar variados problemas comportamentais, além da Síndrome de Pica. “Mas a deficiência nutricional, principalmente de minerais, também pode predispor o quadro”, indica.

Segundo a profissional, os sinais de que o pet pode ter ingerido algo perigoso à sua saúde estão correlacionados com a parte gastrointestinal e ocorrem pela presença do corpo estranho ou por uma obstrução secundária à ingestão destes materiais. “O mais comum é encontrarmos o paciente com vômito e diminuição ou falta de apetite. Além disso, é normal o animal apresentar dor abdominal, apatia e prostração, que podem progredir a diarreias ou, até mesmo, constipação”, destaca.

Quando a curiosidade pode virar caso de emergência

Em casos mais graves, a ingestão de objetos pode causar perfurações no intestino e, com isso, o risco de contaminação do peritônio por conteúdo fecal é enorme. “O quadro pode gerar desde uma inflamação até uma infecção generalizada, se não tratada corretamente”, salienta.

Para confirmar a presença desses objetos no organismo dos pets, o ultrassom – associado à radiografia abdominal – é utilizado para o diagnóstico e, algumas vezes, segundo Fernanda, permite realizar o acompanhamento da evolução do objeto em casos não obstrutivos. “Outro exame que nos auxilia e, muitas das vezes, já realiza o tratamento é a endoscopia, caso o objeto ainda esteja no estômago do pet”, menciona.

Mas, Fernanda explica que, quando não há uma evolução do objeto engolido, uma obstrução do sistema gastrointestinal ou quando ocorrem as perfurações ou rupturas, as cirurgias são recomendadas. O procedimento permite a remoção segura do objeto e a correção dos danos internos, sendo fundamental para preservar a vida do animal.

Não é incomum que cães com síndrome de pica façam a ingestão de brinquedos (Foto: Reprodução)

Comportamento normal ou sinal de alerta?

A médica-veterinária lembra que, principalmente nos filhotes, a mastigação pode ser um comportamento normal, mas não pode ser compulsivo e é aí que o tutor deve ficar de olho.

“Não pode ocorrer ingestões acidentais com frequência. Isso gera um grande alerta para o início da Síndrome de Pica. Com o auxílio de um veterinário ou de um especialista em comportamento animal, podemos introduzir brinquedos adequados a cada caso e criar estímulos como uma rotina de exercícios e passeios para ajudar no controle da síndrome, além de realizar um check-up para possíveis ajustes na dieta”, recomenda.

A principal orientação que Fernanda dá aos tutores é evitar deixar qualquer tipo de objeto solto em casa e estar sempre atento à falta de qualquer item. “Também é preciso reduzir o número de brinquedos para evitar a confusão do desaparecimento deles; evitar que o animal fique sozinho por longos períodos; manter uma rotina de exercícios e passeios; utilizar comedores educativos para petisco, evitando tempo de ociosidade. E, claro, manter o acompanhamento veterinário em dia”, enumera.

Para finalizar, a veterinária enfatiza que a ingestão de objetos estranhos pode passar despercebida de início, então, quadros iniciais com sintomas “simples” de vômito não devem ser negligenciados. “E a automedicação em casa deve ser evitada para não mascarar sinais mais intensos do problema”, conclui.

FAQ sobre a Síndrome de pica

O que é a Síndrome de Pica e por que ela acontece?

É um distúrbio alimentar em que cães e gatos ingerem objetos não comestíveis, como pedras, fios, papel e plásticos. Pode estar relacionada à ansiedade, tédio, falta de estímulos ou deficiências nutricionais, especialmente minerais.

Quais são os sinais de que o pet pode ter ingerido um objeto estranho?

Vômitos, falta de apetite, dor abdominal, apatia, diarreia ou constipação são sintomas comuns. Em casos graves, pode haver perfuração intestinal e risco de infecção generalizada, exigindo intervenção imediata.

Como prevenir a Síndrome de Pica em cães e gatos?

Evite deixar objetos soltos, reduza o número de brinquedos, mantenha uma rotina de passeios e brincadeiras e use comedouros interativos. O acompanhamento com veterinário e, se necessário, um especialista em comportamento, é essencial.

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