Um número ainda baixo de bancos brasileiros exploram de maneira satisfatória as vantagens que o Open Finance possibilita, segundo dados revelados nesta terça-feira (27) pelo Google Cloud, em parceria com a R/GA.
O “FinFacts – descobertas e oportunidades que valorizam os serviços financeiros”, que está em sua quarta edição, considerou 19 instituições financeiras, entre bancos tradicionais e fintechs, com análises foram coletadas no período de 20 de fevereiro a 31 de março de 2025.
Segundo o levantamento, 11 instituições financeiras não exibem saldos bancários de outros bancos via Open Finance; 6 ainda não oferecem a possibilidade de realizar transações com o saldo de outra conta; e apenas 4 oferecem algum produto financeiro ou benefício logo após o opt-in (aceite) do Open Finance.

Os buracos deixados pelas instituições financeiras pode ser uma explicação para o baixo entendimento da população brasileira sobre os benefícios do sistema de compartilhamento de dados entre bancos – uma pesquisa recente mostrou que 34% dos clientes de bancos afirmam conhecer ou conhecer muito sobre o Open Finance, mas somente 27% entendem que o sistema compartilha dados entre instituições financeiras; além disso, 17% dos entrevistados admitem não saber nada sobre o tema.
Contratação de serviços financeiros nos apps tem espaço para evolução
O FinFacts também analisou a experiência de contratação de produtos e serviços financeiros e o onboarding de novos clientes nos aplicativos. Entre os insights descobertos, destaca-se que:
- Metade das instituições avaliadas não consegue abrir uma conta corrente em tempo real, e duas delas ainda levam mais de 72 horas para concluir o processo;
- Um terço das instituições ainda não permite a ativação do cartão virtual antes da chegada do cartão físico;
- 5 instituições ainda não sugerem realizar um Pix a partir de uma chave copiada;
- 8 instituições ainda não oferecem medidas de segurança e um processo ágil na migração para um novo dispositivo;
- 16 instituições não exigiram uma nova autenticação logo após o cliente bloquear a tela do celular.
Além disso, em relação ao uso da inteligência artificial na experiência do cliente, o estudo apontou que 5 das 19 instituições ainda não utilizam linguagem natural em seus chatbots, 6 entregaram resultados para buscas semânticas dentro de seus aplicativos e mais da metade (11) instituições ficaram sem oferecer produtos a novos clientes no primeiro mês de conta.
Continua depois da publicidade
Os resultados demostram uma dissonância diante do cenário competitivo atual e da busca dos bancos por incremento orgânico de receitas. “Os consumidores estão mais exigentes, querendo mais rapidez e agilidade e com uma preferência cada vez maior pela contratação de serviços financeiros online”, disse Rafael D’Ávila, head de Serviços Financeiros no Google Cloud, no evento.
Para Marisa Kinoshita, Head de Marketing do Google Cloud no Brasil, o estudo FinFacts reforça a importância de as instituições financeiras olharem, cada vez mais, para a IA como uma ferramenta capaz de ajudar a promover as transformações necessárias.
“Diante de todos esses desafios e a competição crescente no setor financeiro, a IA atua como uma grande aliada para oferecer experiências cada vez mais intuitivas, personalizadas e seguras, o que pode ser um diferencial para definir o nível de relacionamento que o cliente terá com seu banco ou fintech”, conclui.
Continua depois da publicidade
Já segundo D’Ávila, a IA é capaz de auxiliar a interação dos os clientes, por meio dos agentes de IA, além de auxiliar na busca de dados e obtenção de insights com menos atrito, por meio da busca assistida, e na detecção de padrões ameaças e no embasamento de ações de prevenção a golpes, e, internamente, na automação e aumento da eficiência das operações de middle e back office e na gestão de riscos.